sexta-feira, novembro 14, 2008

Sobre relacionamentos

sexta-feira, novembro 14, 2008
Eu gostaria de entender qual o fenômeno que atinge os casais depois de certo tempo. Normal e estranhamente, os homens são as maiores vítimas, mas as mulheres são as mais prejudicadas.

O indivíduo leva uma vida normal. Trabalha. Estuda. Sai de balada com os amigos. Bebe. Paradoxalmente, ele faz tudo isso afim de encontrar sua musa inspiradora, aquela que será sua companheira, que o prenderá em casa e será mãe de seus filhos. E ele encontra. Logo, estão jurando amor, fidelidade e todas aquelas baboseiras que já escrevi sobre neste mesmo blog.

No ápice do início do namoro, os corpos de ambos estão em plena forma. E com o nervosismo que envolve qualquer relacionamento novo, eles até chegam a emagrecer. E com o constante sexo, os músculos se enrijecem.

Passada a fase da conquista, e por consequência a ansiedade, o casal assume uma postura sedentária, acomodada. E o que aparece então? A barriga. Quem é a vítima? O homem. Quem sofre? A mulher.

Às vezes, acontece o contrário. A mulher estribucha de vez enquanto o homem se mantém em ordem, fazendo, é claro, com que o relacionamento dure muito menos do que quando ele enfeiece, afinal, a mulher é muito mais apegada ao interior, à personalidade, carinho e jeito do que o homem.

Daí, se algo dá errado (e provavelmente o errado será proporcional ao tamanho da barriga) e o casal se separa, em questão de dias, aquele que se assemelhava a uma bola, logo retorna a sua forma inicial, com músculos proeminentes, coxas torneadas e aquele que devia ser o lugar de qualquer mulher: o tanquinho.

Com sua nova silhueta, o indivíduo volta à vida de baladeiro, sai, toca o puteiro e por fim, encontra um novo amor, que vai torná-lo um sedentário e o resto já disse.

Pergunta: por quê diabos não nos cuidamos para aquela pessoa que amamos? Por que acabamos por menosprezar aqueles que estão ao nosso lado diariamente, achando que tudo faz parte da vala comum e tendemos a idolatrar o que vem de fora, que não sabe o que se passa e, obviamente, não se importa?

Uma vez, minha professora de português (que me transformou no monstro que sou) me contou uma história que nunca esqueci. Ao agendar uma consulta com seu dentista e amigo pessoal, ela pediu apenas cinco minutinhos do seu dia, um encaixe rápido, afinal, eles eram amigos e ela não se importaria. Ao que ele respondeu: “Justamente por você ser minha amiga é que eu tenho que reservar um horário especial para você. Cinco minutinhos eu deixo para os outros”.

O que estou querendo dizer é que todos os relacionamentos, fraterno ou não, estarão fadados ao fracasso caso não aprendamos a nos cuidar e cuidar dos outros.

Manter o corpo em ordem, a barba feita, o cabelo aparado, unhas em dia, pernas depiladas, sobrancelhas desenhadas, os dentes escovados e por assim vai, é algo que vai além da higiene e estética. Afinal, sua namorada pode te amar o quanto for, mas nada sobrevive ao relaxo. Não é só a maneira como você se apresenta aos outros, é como ela também vai te apresentar ao ciclo dela. E nesse ramo, leitor, a conquista deve ser eterna.

Todas nós gostamos quando nossos namorados são elogiados. E ver algumas suspirando por vocês, além do ciúme, dá uma sensação de poder inigualável, que será muito gratificante para os senhores na hora do sexo. Acredite.

É óbvio que ninguém está impecável o tempo todo. E até nisso mora um charme, afinal, privilegiados são os olhos que presenciam o outro de pijama, naquele bocejo estrondoso, ou num momento constrangedor qualquer. Isso dá a sensação de intimidade. Aquele defeitinho que só você conhece. E não a cueca furada que a rua inteira tem ciência.

segunda-feira, novembro 10, 2008

Sobre o novo capítulo histórico

segunda-feira, novembro 10, 2008
Às 2h15 do último dia 5 de Novembro - horário de Brasília - o mundo virou mais uma página e começou a ler um novo capítulo da história mundial.

Por volta desse horário, o ex-concorrente à Casa Branca, John McCain, ligou para o mais novo presidente mundial, Barack Obama, e o congratulou por sua vitória.

Confesso, prezado leitor, que eu não imaginava esse desfecho. Desde a disputa de Obama com Hillary nas primárias, para mim, a trajetória seria certa: Obama, primeiro; McCain, depois.

Todavia, como o mundo já sabe, não foi bem assim que se deu a história.Tivemos a oportunidade de vivenciar uma situação que há pouco tempo seria considerada heresia se discutida abertamente. Um negro, cujo nome do meio é Hussein, tornou-se presidente dos Estados Unidos, num momento de alta crise, quando mais se esperava que o tradicionalismo reinasse. Não obstante, Obama levou às urnas aproximadamente 66% dos 153,1 milhões eleitores registrados para as eleições presidenciais, que enfrentaram longas filas e todos os problemas iminentes ao já arcáico método de votação. Fato que, de acordo com o site Real Clear Politics , significa a maior taxa de participação pública desde 1908.

Ao ter sua vitória anunciada, Obama já pôde contar com o apoio anunciado de George W. Bush e do ex-adversário McCain, quando ambos declararam estar ao lado do novo presidente em busca do bem maior dos Estados Unidos.

Algumas horas depois, a imprensa do Oriente Médio já noticiava, esperançosa, a mais nova escolha americana. E até Cuba, que vive num embargo financeiro imposto pelos Estados Unidos desde 1962, já aguarda novas negociações.

Desnecessário dizer que Obama se tornou a unanimidade política dos tempos atuais. Tanto dentre estudiosos – que ainda se acutelam em afirmar sua predileção – como pelo povo, por exemplo o brasileiro, que não importa muito com as eleições em seu país, mas acompanhou e se emocionou com a trajetória de Barack rumo ao poder.

Prudente, porém, é não julgar Obama como o salvador mundial que veio para dar um jeito definitivo nas coisas. Sua política foi forte o suficiente para o levar ao topo, mas os verdadeiros desafios virão agora. Nós, brasileiros, não devíamos nos vislumbrar com uma história sofrida, pois há duas eleições presidenciais que vivemos a mesma (des)ilusão.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Sobre Dor.

segunda-feira, novembro 03, 2008
Qual seria a pior coisa para se dizer a alguém?
Acabou.
Não te amo mais.
Mudei de idéia.
Não é você, sou eu.

Não. Definitivamente, não. A pior coisa para se dizer alguém é que algo findou-se por completo. Afinal, como dar a notícia de que uma vida chegou ao fim? Não tem jeito. Dói em quem fala. Dói em quem ouve.

Hoje cedo tive que receber essa notícia. E em seguida, repassá-la. Ainda estou sentindo as duas dores.

Fiquei vários minutos parada, olhando pro nada, tentando assimilar a informação.
Não, ele não era meu melhor amigo, não nos víamos todos os dias. De fato, eu sequer sei como é seu rosto. Conversávamos muito, mas apenas por telefone. Chegamos até a fazer confidências. Ele se tornou alguém próximo. Alguém que estava ali, que eu sabia que podia contar.
Ossos do ofício de analista de comex: muito contato através de máquinas.

Ele, um senhor do RJ. Eu, uma estagiária perdida de SP.
Nos dávamos tão bem! Inúmeras foram as vezes que ele me ajudou. Maior paciência. Maior respeito pelo meu trabalho.

Sabe essas pessoas que são iluminadas e que, logo de cara, a gente sabe? Pois é. Ele era. Talvez ele não saiba, mas ele me ensinou muito. E não foi só sobre análise de crédito, ACC, ACE, e câmbio. Ele me ensinou um pouquinho mais sobre ser humano. Sobre respeito. E que estar sempre com um sorriso para atenter quem quer que seja pode facilitar muito nossa vida.

O mundo amanheceu mais triste nesta segunda feira.
O banco. O câmbio. O Rio de Janeiro. E eu também.

sábado, novembro 01, 2008

Sobre coisas que acontecem

sábado, novembro 01, 2008

Há pouco mais de quatro anos, quando comecei minha jornada empregatícia, uma vontade me assolava: assistir a uma corrida de Fórmula 1 em Interlagos.

Meu salário não passava de R$ 600,00 mas eu achava que seria possível gastar quase o triplo num ingresso. Utopia.


O tempo foi passando e eu percebi que F1 é um hobby para quem tem dinheiro. E nunca tive. Acabei por deixar de lado aquilo que poderia ter se tornado uma paixão.


Há duas semanas, porém, fui sorteada no Banco onde trabalho após ter respondido um quiz corretamente. Acredite, senhor leitor, a sorte mandou-me um email e fui contemplada com um ingresso para assistir ao treino livre dessa temporada, que ocorreu ontem, sexta-feira, dia 31/10/2008.


E não foi apenas isso.

Pude entrar no box da McLaren, visitar os outros, ficar no espaço VIP, comer do bom e do melhor e andar por onde minhas pernas me levassem.


Inútil tentar transmitir a sensação única que é quando se ouve pela primeira vez o ronco de uma Ferrari.

Não usei o protetor auricular uma vez que fosse. Não quis. Eu queria ao máximo sentir aquele som insuportável dentro de mim. Não sabia quando aquilo ia me acontecer de novo. E de fato, não sei.

quarta-feira, outubro 29, 2008

Sobre o pessoal do ônibus

quarta-feira, outubro 29, 2008
Às vezes eu tenho dó das pessoas que pegam ônibus e metrô comigo. Elas me vêem com roupa social e salto alto mas nem imaginam minha história.

Elas não sabem que tenho experiência em shows de metal.

Pobrezinhos.

segunda-feira, outubro 20, 2008

...

segunda-feira, outubro 20, 2008

Eu queria entender porquê a vida não pode ser um pouquinho mais como nos filmes. Porquê nossos talentos não são logo descobertos, se não por nós mesmos, por outrém, capazes de nos levar adiante?

Por quê fazemos parte de um sistema falho? Se sabemos que está tudo errado, porquê continuamos no mesmo caminho? Pra mim, isso não faz sentido.

Sempre tive vontade de tocar instrumentos musicais. Sempre tive vontade de lutar artes marciais. Sempre tive vontade de ganhar a vida escrevendo. Sempre tive vontade de estudar psicologia. Sempre tive vontade de ser atriz.

Call me crazy, mas eu acho que seria capaz de fazer tudo isso com maestria. Não apenas não tive apoio, como nunca me foi permitido seguir tais caminhos. Maldita maturidade que chegou antes do tempo.

Estou cada vez mais longe do final feliz.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Quando não dá, não dá.

quinta-feira, outubro 16, 2008
A Jan é minha testemunha que nunca consegui fazer parte de patotas que duravam muito tempo. Tivemos experiências muito boas com galeras, mas nada duradouras. Se envolvesse mulher, então, o pouco tempo diminuia mais ainda.

Pois bem.
Há pouco mais de quinze dias comecei a almoçar com duas gurias aqui do banco. Gente, que festa que fazíamos! Três meninas de vinte e poucos anos que trabalham no mesmo lugar, e por isso, conseguem falar a mesma língua e mal das mesmas pessoas. Cara, que máximo! Teve um dia que saímos em cinco meninas. Foi um escândalo! Falamos mal de homens, bem dos namorados, falamos sobre cores, familia, televisão, comportamento.

Nesse momento, percebi o quanto eu sentia falta das “coisas de mulher”. Reclamar de uma rua esburacada quando se está de salto alto, invejar o cabelo de alguma atriz, falar sobre cores de esmalte, palpitar no sapato e na combinação de roupa uma das outras.

Note, prezado leitor, que as tais futilidades refereridas são de demasiada importância para o universo feminino quando não se dão em demasiada quantidade. Elas se equiparam aos homens terem que tomar uma cerveja, jogar um bilhar, assistir futebol ou algo do tipo.

Girls stuff!

Hoje o clima no almoço estava pesado. Logo após, chegam emails para mim: “Ah, Bru, desculpa o mal humor. Eu briguei com a fulana porque ela queria uma blusa igual a minha, por isso estava quieta”

E daí eu lembrei o porquê de eu não fazer parte de patotas, muito menos daquelas que envolvem mulheres.


ExplodingDog.com - What did we do worng

segunda-feira, outubro 13, 2008

Sobre amizade no trabalho

segunda-feira, outubro 13, 2008
Tem uma guria que trabalha aqui no Banco que, desde que eu entrei, ela tenta ser minha amiga.

Embora fôssemos de setores diferentes, sentávamos perto antigamente, e ela sempre se convidava para almoçar comigo e minha patotinha.

A guria é tão insuportável, senhores leitores, que vejam só vocês, ela conseguiu apartar meus queridos amigos que dividiam o horário de comilança comigo. Por fim, íamos apenas meu chefe, ela e eu. E um pouco adiante, ela e eu.

Ela dizia que éramos iguais. Que não tínhamos as atitudes infantis e ridículas das outras meninas do Banco. Que nós sim é que trabalhávamos. Que éramos especiais. Eu mesma nunca disse isso. Tampouco acreditava. A guria era fútil ao extremo, chata, infantil, mimada e sem consciência alguma do que é o mundo lá fora. Só que ela não sabia disso.

Mês último ela saiu de férias. Foi uma felicidade só. Daí ela voltou, e fomos almoçar, ela, meu chefe e eu, para sabermos as novidades (que não queríamos saber, mas ela queria contar).

Ela começou: "Aí, Dubai é a coisa mais linda do mundo. Melhor lugar que eu já fui. Perfeito. Eu quero fazer um intercâmbio lá. Ficar lá um tempo, mas minha mãe não deixa!"
E eu terminei: "Cacete, Lu, você tem quase 30 anos nas costas e sua mãe não te deixar fazer as coisas?!"

Pronto. Perdi a amiga.

ExplodingDogs.com - I'm not my fault

quarta-feira, setembro 24, 2008

Círculo Social

quarta-feira, setembro 24, 2008

Quando pequena, eu era gorda, alta perante as meninas da minha idade, dentuça e, obviamente, complexada.

O tempo passou, e graças à Deus, aos vômitos, ao axé, à chapinha e ao salto alto, eu mudei. Tenho noção disso. Quando conto às pessoas sobre meu passado, elas se surpreendem e logo pedem para ver fotos de quando eu pesava quase 80 kgs.

Verdade, meu corpo mudou. Mas meu cérebro não. Ainda hoje, meu pscológico me prega peças dizendo: “Imagine que alguém vai te dar alguma coisa porque acha você bonita. Gordos não têm chance. Principalmente aqueles sem sobrancelha”. Notei, inclusive, que tenho dificuldade em olhar as pessoas nos olhos por demasiados segundos. Não sei, me sinto vexaminada, como se estivessem ressaltando todos os defeitos físicos que tenho. E que não são poucos.

Não sinto dó de mim. O post não se trata disso. É justamente o oposto. Porque eu sei que não sou mais tão horrorosa como fui outrora, mas não seria capaz de me vender como boa em alguma coisa. Ainda me julgo desengonçada e incapaz mesmo em assuntos que sou muito elogiada, como escrever.

O que me surpreende, é justamente a capacidade de se ver como algo além do comum das pessoas feias. Calma, leitor, não se precipite. Não digo feias pela aparência (muito embora também o sejam), digo feias por dentro. Pessoas que não têm nada de bom para agregar a ninguém. Pessoas cujo ego consegue ser maior que Deus.

Essas pessoas pensam não ter defeitos. Mesmo a caspa asquerosa eles julgam como excitantes floquinhos brancos; as espinhas repletas de pus são estrelinhas especiais e os cravos grandes e pretos são seus retentores de seiva. Os dentes apodrecidos são sinônimos orgulhosos de uma vida desregrada e anti-higiênica e o mau hálito, recompensa inigualável da podridão do dia anterior.

E essas pessoas, leitor, ainda se auto entitulam poetas, jornalistas, profetas ou missionários. Acham mesmo que fazem alguma diferença no mundo e que são dotadas de talento. Deve é ser sequela de tanto que apanharam na escola. E de tanto serem menosprezados, acho que começaram a supervalorizar até mesmo suas nojeirices. Levam à sério a parada do “Ame-se do jeito que você é”. Perderam a medida. Foram longe demais.

Temo pelo dia em que eles vão acordar e cair na real. Perceber que não passam de uns bostas, que não têm ninguém e que foram tão arrogantes, que nem Deus está mais ao lado deles.

Temo, não. Anseio.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Sobre Mundos Diferentes

segunda-feira, setembro 15, 2008
Após uma sessão inspirada de minha parte, fazendo meus companheiros de tarbalho rir a valer por estar pentelhando um outro colega de trabalho, beirando a exaustão, soltei um longo suspiro de cansaço:

“- Ai, aaaai....”
“- Que foi, Bru?
“- Minhas energias foram sugadas. Acho que esse Deco é um Vampiro Psíquico!”

Os risos estouraram novamente.

“- Ah, Bru, vc é demais”

Só que eu não estava mais brincando.

terça-feira, agosto 19, 2008

Dia-a-Dia

terça-feira, agosto 19, 2008
Na rua, no ônibus cheio ou numa fila gigantesca, não somos mais do que um número. Um alguém a mais que está ocupando um espaço que poderia dar mais conforto a outro alguém. Somos normais, quase sempre medíocres. Após um dia exaustivo, a pele cede ao suor, a postura despenca e o ar de cansaço é a única coisa que nos resta.

Mas isso não é o tempo todo. Durante o expediente, somos alguém. Temos responsabilidade, temos importância. Valorizamos aquilo que fazemos, mesmo que não o façamos com tanto gosto assim.

Tenho assistido muito E.R e, egoicamente, tenho comparado meu dia-a-dia com o daqueles doutores. Passo umas 9h por dia ao lado dos meus amigos aqui do banco. Às vezes mais, às vezes menos. Passamos por todas as situações imagináveis juntos, brigas, gargalhadas, falta de paciência, excesso de humor, mal humor, ranzizisse, burrice, esperteza, bolas dentro, bolas fora e eventuais comida de bola.

Quando eu entrei, encontrei um setor capengo, apartado, hostil. Hoje o cenário é outro. Somos unidos, amigos, brincamos na maior parte do tempo, nos conhecemos bem. Tiramos sarro um do outro. E principalmente, nos defendemos e apoiamos. Pelas pessoas, se tornou muito agradável trabalhar aqui.

A proximidade é tanta, que tenho sentido falta deles durante o tempo que não estamos juntos. Nós temos brincadeiras que só nós entendemos, um vocabulário só nosso e troca de olhares bem cúmplices.

O porquê da ligação com E.R?
Bom, no final de cada capítulo, vemos cada um em sua casa, fazendo suas coisas, normalmente sozinho, na mediocridade, normalidade de uma vida, meio que esperando o dia seguinte, quando a aventura e a batalha, começarão novamente.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Mudei, mas não queria

segunda-feira, agosto 18, 2008
Saudades do tempo em que eu estava do lado de lá da música. Hoje eu me vejo ao máximo tentando ser normal, me esfoçando pra fazer parte. As coisas mudam, não é mesmo?

Enquanto você / Se esforça pra ser / Um sujeito normal / E fazer tudo igual...
Eu do meu lado / Aprendendo a ser louco / Maluco total / Na loucura real...
Controlando / A minha maluquez / Misturada / Com minha lucidez...
Vou ficar / Ficar com certeza / Maluco beleza / Eu vou ficar / Ficar com certeza
Maluco beleza...

segunda-feira, julho 21, 2008

We’re not getting any younger.

segunda-feira, julho 21, 2008
Dentro de aproximadamente um mês eu completo 23 anos. Isso me assusta. Não pelo motivo que semana passada desesperou a Jan. Não tenho medo de rugas ou ter que começar a usar Renew. Meu medo não é começar a ficar velha. O que me entristece é saber que minha velhice começou aos 19 anos.

Desde que comecei a trabalhar, eu literalmente não parei. Sequer férias eu tirei ao longo desses quatro anos. Minha vida tem sido um constante acordar às 6h (quando não às 5h), pegar dois ônibus lotados para atravessar a cidade, porque em nenhum dos meus três empregos eu tive a sorte da proximidade.

Minha vida se resume aos sábados, mas depois de uma maratona dessas, a vontade não passa de não sair da cama.

Diariamente, cruzo com jovens da minha idade, em plena segunda feira de manhã, usando tênis e calças jeans, dirigindo-se a lugares que certamente não são seus trabalhos. Enquanto eu vivo com um salto alto, calça social e diversos números na cabeça.

Acho injusto a maneira como eu tive que crescer e envelhecer aos 20 anos. Acho errado ter tanta responsabilidade e pressão tão cedo.

E as coisas não vão mudar... não vou voltar a usar all star e jeans durante a semana. É disso pra pior.

A melhor fase da minha vida, já passou.

terça-feira, junho 24, 2008

Sobre falta de sorte

terça-feira, junho 24, 2008
Sorte nunca foi um dos meus ingredientes principais. Sempre pude contar apenas com minha vontade, capacidade e empenho – e a torcida para que desse tudo certo.

Pois bem, de um tempo pra cá, as coisas desembestaram a dar errado. Não sei se tem relevância, mas semana passada eu quebrei um espelho. Fiz o coitado em pedacinhos.

E as coisas realmente não têm ido bem. Sabe aquela coisa de: “Ah, você ia ganhar um Porsche, mas já que comprou um Fusquinha, deixa pra lá”?

Contratei os serviços de uma TV por assintura e disseram que em até dois dias estaria tudo instalado. Três dias se passaram e eles me informaram que o prazo havia sido estentido para sete dias. Sete dias depois, eles me informaram que a instalação se daria em mais sete dias.

Fui almoçar e pedi na lanchonete um simples misto quente. Vinte e cinco minutos e vários pratos sofisticados depois, volta a garçonete: “Ahn, desculpe, senhora. O que a senhora pediu, mesmo?”

Dos quatro elevadores inteligentes disponíveis nesse prédio, três chegaram, e o meu empacou.

Fiquei de exame em duas matérias na faculdade por nota mínima: 0,5 e 0,7 ptos.

Peguei hepatite B, provavelmente, por causa das tatuagens.

Meu pai vendeu o carro – o nosso e o do meu irmão.

Perdi meu bilhete único de estudante e estou morrendo com R$ 10 conto por dia de condução.

Posso me considerar azarada, ou será que o Samuel tem razão em dizer que dou demasiada importância para coisas secundárias?

sexta-feira, junho 20, 2008

Sobre o tempo - dele

sexta-feira, junho 20, 2008
“Pensando… eu sou um paulista, vivo apressado, meu relógio é adiantado 10 minutos. Tentar diminuir os atrasos... e ainda assim, eu vivo correndo (e atrasado).
Hoje, eu descobri que ignoro o ponteiro das horas, e vivo contando com os minutos. Em nenhum relógio que olhei, eu vi que horas eram, e sim quantos minutos me restavam. Mesmo em relógios digitais, eu simplesmente ignorei os 2 primeiros digitos, e vim contando apenas com os minutos que me faltavam... Nada pode levar mais do que uma hora. A cada vez que os minutos marcam “00” novamente ja é hora de sair pra algum outro lugar... e isso me deixou impressionado com minha falta de atenção e meu stress...
Realmente a caspa deve ser isso.
Enfim... preciso desacelerar, antes que a caspa vire coisa pior”

Como acontece diariamente, liguei pro meu amor pouco depois das 9h. Para minha surpresa, ele já estava na rua. Quando deu 10h, recebi um e-mail seu. Oras, ele só entra às 10h40... que diabos lhe aconteceu? Às 10h10 ele me liga:
"Acordei 1h mais cedo, cheguei 1h mais cedo e só agora percebi"

Fui acometida por risos apaixonados incontroláveis. O texto ele foi ele quem escreveu, na troca eterna de emails.

segunda-feira, junho 09, 2008

Sobre Sonhos

segunda-feira, junho 09, 2008
Não sei quantos dos antigos (e queridos) leitores ainda passam por aqui. Tampouco sei quantos de vocês têm sonhos. Muito menos faço idéia se eles foram realizados.

A questão, prezados, é que desde meus saudosos 11 anos, um sonho me assolava: ter um carro e saber dirigi-lo. Eu tinha a idéia utópica de que, assim que fizesse 18 anos, eu teria a habilitação numa mão e a chave do possante, na outra. Como eu disse, utopia.

Longo foi o tempo que passou até que eu pisasse numa auto-escola. A possibilidade de ter um carro só começou a se concretizar chegado os 22 anos de idade, quando, em conjunto com meu pai, demos entrada num Celta, 1.0, pé-de-boi total: sem ar condicionado, sem direção hidraulica, sem vidros automáticos, sem airbag, sem trava. Mas como era lindo, meu pequeno.

Nunca algo me deu tanto desgosto. Eu ainda guardava a idéia adolescente, de que era só entrar e sair dirigindo por ai. Rá. E o medo? E a falta de coordenação? E o fato de eu ser míope e não usar óculos?

Poucas coisas me fizeram chorar tanto na vida. Depois que subi na guia pela primeira vez, amassei a roda e fodi o eixo – mas ainda sim, sem bater em outro carro ou atropelar alguém – passei a achar que eu não tinha nascido praquilo, que não tinha talento. E briguei com meu pai, jogando toda a minha frustração nele.

Pouco tempo se passou e os meus diamantes começaram a dar brilho na minha vida: o Sá, a Jan, o Dente, o Bru...

Meu amor e a Jan nunca sequer hesitaram em sentar ao meu lado e assinar sentença de morte. Mesmo depois de algumas barberices, estavam sempre lá, dispostos e com uma palavra de apoio e encorajamento.

O Dente e o Bru me deram toda a experiência que podiam, contando todas as vezes que ja haviam batido, capotado, ralado, quebrado e principalmente, continuado.

Essas pessoinhas, mais do que niguém, me transformaram numa boa motorista. Eles despertaram minha votatde de ir além. E eu fui. E a sensação de ter o sonho acontecendo é simplesmente, sublime.

Ter o carro na porta, poder sair, dirigir, dar carona, não importa se longe ou perto, se chovendo ou não. É simples, mas era meu sonho.

Só que o sonho acabou antes mesmo de que eu me acostumasse e criasse outro. E só o que me restou, foram as lágrimas.

segunda-feira, maio 26, 2008

Aviso

segunda-feira, maio 26, 2008
Se você não quer chorar até seu próprio corpo se esvair em lágrimas, sugiro que não assista ao filme "P.S: Eu te amo".

É do tipo que faz grandalhões soluçar, se é que vocês me entendem.

terça-feira, maio 13, 2008

Abismo Cultural

terça-feira, maio 13, 2008
O pessoal que trabalha comigo nunca sequer ouviu falar de Mafalda, do Quino. Isso me deixou deveras apavorada.



sexta-feira, abril 11, 2008

Minha (lastimável) opinião.

sexta-feira, abril 11, 2008
Amanhã completam sete dias desde o show do Ozzy. Creio que todos os presentes ao evento que tenham blog já tenham feito suas considerações. Eu não.
Em verdade, ia me manter calada por não ter nada de novo a acrescentar. Mas ontem, li uma matéria no Wiplash que despertou meu âmago jornalístico (e intriguento).
Nesta matéria, o senhor Juliano Henrique Dantas, afirma com veemência que o show valeu cada centavo. Tanto para quem estava na pista como para quem estava na arquibancada. Elogiou o som, não se importou com o tumulto tampouco com o preço abusivo dos alimentos sendo vendidos.
E com isso, eu não concordo.
Devo esclarecer, pois, que eu havia decidido não comentar o show, uma vez que eu mesma o havia estragado para mim. E pro meu namorado. Acontece, querido leitor, que até a vinda do Príncipe das Trevas, eu julgava apenas não gostar de arquibancada (ou cadeira especial descoberta, como queiram). Descobri porém, que eu odeio arquibancada. É quase como se não fizesse parte do show...é a mesma sensação do ditado “Assistir de Camarote”: você é apenas um espectador e não parte.
Ao adentrar o estádio e me sentar naquele banco xexelento e deveras desconfortável, eu me dei conta desse repúdio por arquibancadas. Mas aí, já era tarde demais. Simplesmente incorporei minha infantilidade e fechei a cara, rezando para que me esquecessem ali, justamente para não causar o estres no meu amor que acabei causando.
De qualquer maneira, eu não teria as centenas de reais adicionais para pagar minha entrada na sonhada pista. Eu tinha que me contentar com minha realidade.
Senhores, as coisas não melhoraram por ai. Depois de umas quatro horas de espera, você começa a querer beber e comer alguma coisa. Não é fome. É ansiedade. Falta do que fazer. Eis que o absurdo recomeça:
- 1 Água: R$ 3
- 1 Refri: R$ 4
- 1 Ruffles: R$ 5
- 1 Dog: R$ 7
“Ah, mas o dog é caprichado!”, vc pensa. Que nada. Era uma pão seco com uma salsicha seca. O Sá me informou que o preço de venda final para aquele “sanduíche” é de R$ 1. Os caras estavam vendendo por R$ 7. Isso é justo?
Logo que passei pela revista, ouvi uma guria que havia perdido um de seus pertences: “Nada que o Ozzy não mereça”.Ora, meus amigos, eu reconheço os serviços prestados pelo Velho Louco ao rock, e por consequência, à nós roqueiros, mas daí a falar que ele é merecedor de perdas para nós, eu discordo. Eu até me ogulharia em dizer que meu amor por fulano é maior do que essas ninharias, ou algo do tipo, mas aí o conceito já é outro.
O senhor Juliano Henrique Dantas não se importou com o tumulto. Lógico, ele estava longe do tumulto. Ou seja, ele não teve que sair arrumando briga com quinhentas pessoas que, recém chegadas, queriam simplesmente tomar o lugar daqueles já com a bunda e pernas doídas, de tanto esperar na fila e lá dentro.
O senhor Juliano Henrique Dantas disse que o som era perfeito. Também, pudera. Era playback! Eu, de início, achei estranha como nosso anfitrião podia pular tanto e ainda sim, sequer ofegar. Mas pensei que fosse os anos de estrada...E um amigo, que havia visto tudo da pista especial, confirmou o Ozzy estava cantando em cima de um playback. Isso não tira os méritos daquele que já é considerado decrépito, mas faz com que seus elogios sejam menos entusiasmados.
Quanto à escolha das músicas, concordo ter sido muito boa. Mas também, depois de tantos sucessos, seria difícil errar.
Eu também acho que o saldo foi positivo. Quando paro e penso no show, concluo que foi phoda. A abertura de BLS foi muito boa (mas sou suspeita, porque já gostava da banda desde o L’nL de 2005) e realmente me surpreendi com Korn – que vou baixar músicas ainda neste findi. Todos foram atenciosos, conversaram com a platéia, agradeceram a presença e ao Ozzy a oportunidade. E o próprio Ozzy, pedindo gritos, palmas e alvoroço, jogando baldes de água na galera, pulando e sorrindo feito uma criança de apartamento pela primeira vez no PlayCenter. Dizendo que estava “growing”... Isso tudo realmente valeu a pena.
A emoção que senti com “I don’t wanna stop” e “Mama I’m coming home” são impagáveis. Além disso, música é arte. E não se pode colocar preço na arte. Sendo assim, entendo que paga quem pode e quem quer. Mas que não é justo, não é.
E querem saber o que mais não é justo? O senhor Juliano Henrique Dantas escreve (mal) para o site Wiplash e tem status de imprensa. E eu não.
Foto tirada do site Wiplash

segunda-feira, abril 07, 2008

Últimos quinze dias.

segunda-feira, abril 07, 2008
Getúlio. Revisão para provas. Estudar. Aumento de operações no banco. Offshore. BNDES. Sem almoço. Correria. Marcar a despedida do meu irmão. Confirmar lugar. Chamar pessoas. Ir. Estudar. Prova. Prova. Ir bem. Ir mal. Prova. Sem almoço. Mais operações. Não ir trabalhar. Aeroporto. Avião. Tchau. Trânsito. Tatuagem. Não ir à facul. Perder prova. Ficar bebendo com o pai. Trabalho. Operações. Prova. Fila. Mal humor. Ozzy. Choro.

Vazio.
Saudade.
Tristeza.

terça-feira, março 18, 2008

LUTO

terça-feira, março 18, 2008
“A Bubu chegou!”,
“Oi, tudo bem? Tudo”,
“Ai, que gostoso”,
“Cadê a vovó? Cadê meu velho? Cadê Bubu? Cadê o Boomer? Cadê a mamãe?”,
“Bom dia”,
“Viva o Getulinho!”

E mesmo quando não agüentávamos mais suas cantorias e assobios, pedíamos: “Getúlio, fica quieto!”, mais do que prontamente, ele respondia: “Não”.
Esse era o nosso bichinho. Nosso amiguinho, como o chamaram no cemitério. Para falar a bem da verdade, ainda não me acostumei com a idéia de que ele não está aqui. Por vezes, me pego pensando que ele está dormindo ali na gaiola dele. Mas a gaiola está vazia...uma visão simplesmente cruel.

Ele ficou conosco pouco menos de dois anos. Tempo muito curto pra quem já se preparava em passar os próximos sessenta anos agüentando toda aquela falação.

Nunca achei que eu fosse desenvolver um carinho tão grande por esse animal verdinho, mas vai ver, herdei a paixão da minha mãe, que a vida inteira tentou ter um, e a história acabou dessa forma.

Há três semanas o Getúlio foi diagnosticado com candidíase estomacal. Aparentemente, é algo comum entre pássaros. Minha mãe fez de tudo, tratou-o da melhor forma possível, comprou os remédios mais caros, não poupou gastos nem atenção para que ele continuasse nos dando alegria. Mas isso não aconteceu.

Hoje de manhã, nosso bebezinho faleceu nas mãos da minha mãe, enquanto ela tentava alimentá-lo. Ele estava sofrendo, eu sei. Há dias que não comia nada, apenas tomava antibióticos e vitamina, o que pelo visto, não foi suficiente.

Eu não sei o que Deus pensa da vida, e até duvido que ele pense, mas sei que ele é um velho desgraçado que vê prazer no sofrimento contínuo de uma família já desmoronada. Desde que me conheço por gente, as pessoas ligadas à mim pelo laço sanguíneo só se fodem. Não é justo. Minha mãe teve uma vida desgraçada pela infelicidade em todos os aspectos que formam um cidadão e a única alegria dela era a porra do Getúlio. Por quê, então, esse pseudo todo poderoso, que se diz misericordioso não deixou que o Getulinho ficasse aqui, conosco? Por quê mais essa tragédia tinha que assolar a gente? Não pedi por dinheiro, nem fama...nem sequer emprego eu tô pedindo! Só que queria continuar a acordar aos sábados ouvindo todo aquele falatório, vê-lo dançar feito um lunático ao som de qualquer música, estar no sofá, e de repente, sentir os pezinhos dele escalando até se ajeitar no meu joelho e ficar me fitando com aquele olhar de esguelha, semi-cerrado.
Getulinho, como diz a música das horas mais tristes: "'Till the day we meet again, in my heart is where I'll keep you, friend".
Eu estou triste. Profundamente triste.

quarta-feira, março 05, 2008

Sobre dores psicológicas

quarta-feira, março 05, 2008
Ontem eu usei uma sandália nova. Não gosto de usar calçados novos por longos períodos numa primeira vez porque nunca sei qual o dano que eles causarão. E acredite, eles causarão. Mas eu estava animada com minha compra e resolvi calçar a belezura da moda para ver se meu dia se contigiava com a empolgação.

De fato, a dita não judiou tanto de mim como eu pensara. Fez apenas um corte seguido de bolha, logo estourada pelo atrito, em um dos meus dedos. Até então, nada demais para quem usa coturno desde muito nova. A questão é que, por falta de vontade de pensar numa nova combinação, repeti o calçado hoje e foi aí que o tal corte esfolado começou a doer. Lembrei-me, então, que há algumas semanas ganhei uma caixa de band-aid do RATATOUILLE e o havia esquecido no fundo da mochila. Corri no banheiro e protegi meu ferimento com aquele curativo que, feito para crianças, possui uma camada extra de algodão, o que o deixa deveras macio.
O alivío foi imediato. Ao pisar no chão, parecia que eu pisava nas nuvens. Nem o tal dedo escoriado eu sentia mais.

Voltei para minha mesa e, ao continuar minhas análises, senti uma dor aguda no pé. Atentei para o dedo, e percebi que ele não mais doía. Dali a pouco, novamente a picadinha... notei, então, que a dor física não existia mais. Mas de tanto doer o dia todo, meu cérebro meio que continuava interpretando os sinais de dor.

Isso aconteceu literalmente. Mas com certeza vou usar como metáfora em breve. A começar por mim mesma.

“O amor é como um corte no pé que doeu o dia todo: mesmo depois de medicado, continua a doer mesmo que não doa mais.”

Ou qualquer coisa do tipo.

segunda-feira, março 03, 2008

A ligação que salva

segunda-feira, março 03, 2008
"- Alô?!"
"- Oi, Jan"
"- E aí?"
"- Tô pensando muito na Amarílis"
"- Vixi...então, toma banho de arruda com sal grosso, que a coisa tá feia!"

Só ela consegue me fazer lembrar.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Sobre defeitos, pontos fracos...e chatice

quinta-feira, fevereiro 28, 2008
Eu sou estupidamente idiota quando se trata de amigos. Acho que este tem sido um ponto fraquíssimo em mim.
As pessoas não entendem, mas não me revolto com isso porque nem eu mesma entenderia se fosse com outrém.

Conversando com o Lucas, um amigo nihilista da faculdade, sobre defeitos e passado sujo, eu cheguei à conclusão que meu pior defeito é também o pior defeito que se pode ter: eu sou incorrigível. Isso me faz pior do que os outros porque me distancia do poder de melhora.

Eu ainda vivo num mundo de faz de conta. Num mundo onde amigos são pra sempre e a Amarílis e eu podemos voltar a nos falar. É estúpido, eu sei, mas sinto falta dela. Querendo ou não, tivemos bons tempos juntas e eu sempre preciso de ajuda para lembrar o que foi nos afastou. Hoje, eu sei que ela me despreza mais do que qualquer ser vivo na face da Terra (ou pelo menos, é o que diz meu ego) e jamais poderia obrigá-la do contrário, afinal, eu devo ter feito um inferno na vida da guria, defendo-me, pois, o inferno foi ela quem criou, eu apenas a fiz viver nele por um tempo.

Eu ainda acho que posso encontrar um grupo de amigos como o AEIOU. Finalmente me libertei da idéia que só eles são legais no mundo, mas ainda penso que posso contar com a lealdade que vivi com eles. Estúpida mais algumas vezes.

De fato, eu não queria ser assim. Eu sei o quanto sofro cada vez que percebo (ou lembro) que essas coisas não são possíveis. Eu queria ser mais normal, conseguir deixar coisas de lado.Não queria que meu namorado me julgasse contraditória toda vez que tentasse fazer algo que penso me deixar feliz.

Eu não faço sentido. E sinto falta das pessoas que também não fazem.
Eu quero as pessoas fora do vidrinho.

sábado, fevereiro 23, 2008

Sobre Ingratidão

sábado, fevereiro 23, 2008
Eu já tive três empregos desde que comecei minha vida profissional. Difícil saber qual foi pior. Difícil falar em qual fui mais frustrada. Nunca trabalhei com coisas que realmente me interessassem. Pior agora, que analiso operações de comex sendo que a coisa que eu sempre mais odiei nessa área foi justamente a buracracia. Vida irônica.

Eis que, nos dois últimos meses, resolvi arriscar e tentar penetrar qualquer mundo alternativo, fosse o do rock, fosse o da minha paixão que é escrever. Perdi a conta de todas as agências, revistas e produtoras para as quais enviei meu simples currículo e minha grande vontade. Tive algumas respostas, uma promessa, e outros “se liga”.
A verdade, eu descobri, é que as pessoas não me querem. Devem estar saturadas de pseudo-intelectuais como eu, que na real, não têm talento algum.

Lembrei então, de quando entrei no Banco. Desde o primeiro momento os caras me abraçaram como parte da família – tanto a Instituição como os profissionais do meu setor. Eles me respeitam, ajudam, encobrem minhas cagadas. Qualquer coisa que eu precise, eles disponibilizam. Aqui eu falo e eles me escutam. É claro que a recíproca é verdadeira. Faço de tudo para ajudar a todos eles, mas geralmente, isso é uma via de mão única para mim. Enquanto eu coopero, as pessoas viram as costas. Por isso, acho que criei tanto carinho por esse pessoal da Formalística.

O ser humano é mesmo ingrato. Eu sou ingrata. Ao invés de aproveitar o que estão me dando, fico indo atrás daqueles que não me dão valor. Mas pelo menos, eu caí na real em tempo. E agora, posso passar isso a vocês.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Bolo de Cenoura

quarta-feira, fevereiro 20, 2008
Estão acontecendo algumas coisas que realmente têm me deixado chateada.
Eu queria poder falar para algumas pessoas: “Eu disse. Eu avisei. Por quê diabos vocês não me escutaram?”. Mas corro o sério risco de ser apedrejada. O que não entendo é o porquê de ser tão difícil escutar os outros. Eu escutei quando ela me alertou. E escutei quando ele me aconselhou.

Recolho-me, então, ao silêncio. Não ao silêncio de compreensão, e sim, ao silêncio protestante de quem está vendo tudo errado acontecer e, no fundo, quer que certos moleques morram de AIDS. E com o coração em pedaços, porque eu realmente sou ruim.

E espero que outras pessoas caiam na real.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

A voz do meu coração

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Há muito tempo atrás, ao zapear por canais fechados, uma cena me intrigou: uma traição pega em flagrante. A trama me interessou e acabei assistindo o filme inteiro. Mal sabia eu que minha peregrinação a respeito apenas começara.

Poucos dias depois, peguei o mesmo filme na exata mesma cena que da primeira vez. E de novo me emocionei com a história de Denise Waverly / Edna Buxton, herdeira dos Aços Buxton, que havia começado uma empreitada para se tornar uma cantora/compositora numa época onde apenas vozes masculinas eram ouvidas.

O filme se tornou referência para mim. Mas, depois dessas duas vezes, nunca mais ouvi falar do dito cujo. Falei dele para amigos, conhecidos e parentes e simplesmente ninguém tinha conhecimento da obra. Procurei em locadoras, sebos, lojas virtuais, lojas físicas, sites de downloads e nem sinal daquela que havia se tornado minha musa. O tempo passou, as semanas se transformaram em meses e a tecnologia se tornou mais presente. Voltei a procurar aquele filme que por tanto tempo, nunca saíra da minha cabeça. Nada. Passei então, a achar que tudo aquilo havia sido uma ilusão, que eu havia imaginado aquelas cenas e que as músicas apresentadas nele eram, na verdade, de minha autoria.

Mais tempo passa e chegamos à era Youtube. Mas para minha tristeza, não havia nada ali. Descobri então, que poderia importar o DVD pelo Amazon. Que felicidade, ele existia! Mas muito caro e de compra incerta.

Creio que nessa procura toda, tenham se passado oito anos. Oito anos que eu murmurava suas músicas – uma delas de autoria do Elvis Costello (e eu achando que era invenção minha, quanta pretensão!), oito anos que meus próximos ouviam falar sobre o talento de Illeana Douglas, oito anos.

E semana passada, eu achei. E agora, ele é meu.

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Sobre como eu deveria ou não ser

quarta-feira, janeiro 30, 2008
Eu realmente queria me entender mais. Ou, no mínimo, ser mais normal.
Juro que se eu não sair logo desse banco, eu me mato. Ou, no mínimo, mato alguém.

Estou trabalhando aqui há oito meses. Nunca gostei do trabalho, afinal, ter uma HP como companheira inseparável realmente não fazia parte dos meus planos. Sempre odiei conta e, quando menos percebi, estava discutindo com outros analistas riscos e créditos.

Eu precisava do dinheiro – e convenhamos, eles não pagam mal – e odiava o trabalho. Minha mãe me aconselhou: “Fica um ou dois meses e sai.” Esses poucos meses passaram e já ouço as vozes da efetivação se aproximando. De início, até fiquei contente, afinal, meu salario dobraria. Mas a empolgação durou menos de três dias. A verdade é que trabalhar no Back office é assinar atestado de burro. Aqui, respondemos por tudo o que dá de errado (sendo ou não nossa culpa) e nunca ficamos com os louros de termos adequado uma operação que nem Deus entenderia. Ao ler isso, meu leitor deve imaginar que o Back é um setor pequeno, insignificante. Ledo engano. Este departamento conta com pouco mais de 200 pessoas. É gente pra burro! E ainda sim, não temos voz ativa para nada. Mesmo quando alguns revoltosos como eu tentam clamar por algum tipo de mudança, são logo calados por aqueles já marcados por tanta porrada.

Comecei o post dizendo que queria ser mais normal. E é verdade. Junto comigo, entraram dois amigos meus da faculdade no mesmo setor. Eles nunca se indispuseram com ninguém. Nunca levantaram suas vozes quando enxovalhados por chefes ou pseudo-chefes. E hoje mesmo, enquanto eu me corroia por dentro por não ter dito mais verdades sobre um caso, um desses meus amigos passou, me cumprimentou e trocou duas palavrinhas sem graça com outra funcionária. Os dois forçaram risos e foi cada um para um canto. Cena típica do mundo corporativo. Eu sei que ele não está feliz fazendo o que faz, pelo menos, é o que ele me diz. Mas pelo menos, ele consegue fingir muito bem. Acho que no fundo, ele quer fazer parte desse mundo. Já eu, não.

Nesse tempo que estou aqui, já tive atritos fortes com duas pessoas e troquei vários e-mails ríspidos com coordenadores, sênior e analistas. Não gosto de pensar em mim como encrenqueira, mas simplesmente não aceito que me diminuam. Faço questão de ser sempre educada, seja com quem for. Chego a extremos de pedir milhões de desculpas quando faço alguma besteira e sempre me acautelo para não cometê-las mais. Por isso, acabo criando uma guerra quando sofro com falta de educação ou grosseria desnecessária. Seja por meu erro ou de outrém.

Há poucos tive uma reuniãozinha com meu chefe. Ele refez toda uma operação que deu problema ontem e confirmou que eu estava correta. Então, disse que não podia me corrigir em nada. Que a operação e os cálculos tinham sido perfeitos. Porém, ele me aconselharia em não bater de frente com os temidos integrantes da área comercial. Segundo ele, até mesmo o nosso Superintendente abaixava a cabeça para um simples estagiário desta área.

Então eu disse que eu não era assim, que não temia ninguém além dos meus pais. Disse que eles podiam envolver Deus nos e-mails que eu manteria minha posição. Que pelo setor, eu até podia tentar pegar leve, mas que por mim, eu destruiria a guria que causou todo esse furdúncio com apenas duas palavras. Ele disse que sabia disso. Deu um leve sorriso e encerramos.

Tenho um certo orgulho de ser assim. Mas às vezes, acho que seria mais prudente temer certas coisas.

sábado, janeiro 26, 2008

Rapidinha

sábado, janeiro 26, 2008
Quarta feira que antecedia a véspera de feriado.
Às exatas 18h, a mesa boleta uma operação D+0. Olho o Sigom e fico puta. Escuto então, um analista sênior na bancada atrás de mim:

"Puta que pariu. Operação D+0 à essa hora! Vai tomar no cu, pra não dizer outra coisa."

Fiquei então pensando...Qual seria essa outra coisa?

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Mais um sonho realizado.

segunda-feira, janeiro 21, 2008
Neste final de semana tive um sonho realizado. E como a maioria dos meus sonhos, 87% dependia de mim, e é isso que me deixa mais feliz.

Sexta feira, carro na porta (como combinado com meu pai), meu amor sugere de ligarmos para um casal de amigos e irmos tomar um açaí. Foi aí que uma vontade simples desde que eu era pititita começou a acontecer.

Esses nossos amigos (eternos motoristas nossos) estavam sem carro, sendo assim, fui buscá-los em casa. O açaí se tornou em cerveja e a cerveja se tornou no show do Velhas Virgens no Kazebre. Para quem não sabe, o Kazebre é perto do fim do mundo na Avenida Aricanduva. E para quem não sabe, eu estava criando um medo (lê-se: pavor) de dirigir. Mas eu estava me sentindo segura naquele momento. Estava com meu amor, meus amigos (um deles, um dos caras que eu mais confio para estar ao meu lado na direção) e minhas lentes de contato. Senti um tremor, mas a vontade de viver aquele sonho simples era bem mais forte.

Fomos. E nos divertimos a valer. Orgulho-me em dizer que não bebi nada. E acostumem-se, pois será sempre assim enquanto eu estiver no front.

No sábado, mesma história. O Sá e a Mari queriam ir ao show do CPM 22 (eca) e acabamos indo. Só que desta vez, tivemos um evento a mais. Meu amigo (o tal do motorista que eu confio cegamente) resolveu encher a lata e, qual não foi minha surpresa quando, em plena Avenida Aricanduva / fim do mundo, às 4h30 da manhã, eles me mandam estacionar abruptamente. É óbvio que não deu tempo e quando eu olho para trás, meu querido amigo estava lavado em seu próprio vômito. Dali então, fizemos em 1h40 um percurso que demoraria 30 minutos, pois a cada duas esquinas, o embriagado me pedia para parar.

Levei-o, então, à casa de sua namorada pois ele queria tomar um banho antes que seu pai visse seu estado lastimável. Enquanto esperávamos, meu amor me pergunta com a voz mais carinhosa do mundo: “No seu sonho havia gente vomitando?”

Quer saber, Sá? Havia sim. Eu sempre dei trabalho para as pessoas, é bom devolver um pouco paciência e compreensão para o mundo. Além do que, o Dente (o vomitado) sempre disse que não via a hora que eu começasse a dirigir, para então, ele poder encher a cara. É do jogo.

Sobre de onde eu venho.

No domingo chuvoso, ligo para o meu pai:

“- Oi, pai. Fudeu.”
“- O que houve, filha?”
“- Preciso mandar lavar o carro, mas não conheço nenhum lugar aberto hoje.”
“- Mas filha, eu te entreguei o carro limpinho na sexta.”
“- É, mas meu amigo chapou o côco ontem e vomitou no banco.”
“- Putz. E como tá o cheiro?”
“- Ah, eu dei uma limpada por cima. Acho que até já acostumei com o cheiro, mas a mãe disse que tá forte.”
“- Filha, não esquenta. Larga lá e amanhã, quando eu pegar, eu mando lavar de novo.”

Lógico que eu não fiz isso. Arranjei um lugar chinfrim, mas pelo menos eles minimizaram os danos.
Fiquei então, pensando em quantos pais encarariam uma situação dessa com tamanha compreensão e tranquilidade, se sujeitando a pegar um carro fedido com vômito de dois dias de um amigo de sua filha que ele mal conhece.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Sobre o conformismo

quinta-feira, janeiro 17, 2008
Ontem eu fiquei puta. Muito puta. Puta mesmo.

Estava eu no ônibus (onde mais, não é verdade?) quando vi um senhor amassar um papel e jogar pelo vidro. Lembrei então, que eu tinha visto aquele mesmo senhor ter a mesma atitude no dia anterior. Fiquei incrédula com aquela cena. E justamente quando eu estava fazendo um juramento para mim mesma que no dia seguinte eu faria questão de ficar próxima dele e lhe dar um sermão na hora que o porcalhão atacasse suas porqueiras na rua, o dito abre sua mochila, pega um saco vazio de salgadinho (destes isopores que vendem no Terminal Pq Dom Pedro) e, mais uma vez, poluiu nosso caminho. Fiquei tão indignada que, antes mesmo de perceber, eu estava bradando: “Não! Não acredito que ele vai fazer isso de novo!”. De início, eu achei que estava apenas falando comigo mesma. Percebi que meu tom de voz estava alto quando uma meia dúzia de conformados me olhou. Prontamente, fui me explicando: “Porra, é a terceira vez que eu vejo esse cara fazer isso! Por que ele não taca a mãe pra fora?!?”

As pessoas me olharam e me evitaram como se eu fosse uma desvairada, como se fosse eu quem estivesse tendo uma atitude condenável. Fiquei inibida e murmurando comigo mesma: “Raça maldita. Porcos lazarentos. Tomara que sejam os próximos desabrigados pela chuva”.

Honestamente, me senti desconsolada. E inútil por não ter feito nada nem convencido ninguém de que aquilo estava errado. Em verdade, fiquei com medo de ser enxovalhada por todos os usuários daquele coletivo. Se eu tivesse tido o mínimo de apoio, sei que eu teria feito alguma coisa para mudar a mentalidade daquele senhor.

Meu juramento continua. Mas minha fé na população paulistana, não.

terça-feira, janeiro 15, 2008

Egocentrismo mata

terça-feira, janeiro 15, 2008
Creio que alguns leitores saibam o significado de uma ela. Creio também que alguns outros saibam do profundo ódio que ostento por essa raça cruel e proliferadora.
Imagino, então, que outros tantos se lembrem de quando eu mesma – inocentemente – me tornei uma ela na vida de outrém. Pois bem, ontem, tive o (des)prazer de saber que, mais uma vez, eu me tornei aquela que odeio.

Encontrei um amigo no ônibus e trocamos dois dedinhos de prosa. Ele se surpreendeu pelo longo tempo que ficamos sem nos falar, e então, disse para sairmos e tomarmos uma cerveja. Foi então que ele se inibiu: “É, mas minha namorada não pode saber”.
“Imagine” – disse eu, “leve-a junto!”
“Mas ela é muito ciumenta...e ela já viu foto nossa junto”

E então, ele deu a entender que a guria dele me odiava. Mesmo eu o tendo conhecido antes dela, me afastado logo em seguida e nunca mais falado com o dito cujo. Fiquei sem jeito, mas não pude deixar de ir pra casa sorrindo. Foi bom estar do lado de lá pra variar.

Que Deus perdoe e entenda meu egoísmo.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Um fato

quarta-feira, janeiro 09, 2008
... só que dele, eu vou sentir saudades...
 
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