terça-feira, março 16, 2010

Fuck you, Axl Rose!

terça-feira, março 16, 2010
Eu já tinha em mente que não iria ao show. Verba curta, embalada de AC/DC e Metallica, preferi poupar recursos. Mas quem tem amigos tem tudo. E, tamanha a insistência e oferta de financiamento, que acabei cedendo. And I’m glad I did.

Para os meus amigos, o show já havia começado na quinta, com as constantes idas ao hotel e cervejada com os integrantes da banda. Pra mim, começou no sábado mesmo. #invejadeles.

Confesso que gostei muito do que vi. Não me surpreendi com a excessiva demora da estrela Rose porque já sabia o que esperar. E o fato de chegar no estádio apenas uma hora antes do show ajuda a economizar energias para pular desenfreadamente durante as músicas favoritas.

A abertura de Sebastian Bach (ex-vocal do Skid Row) foi honesta. Gosto quando bandas, no caso, cantores, grandes não excedem no orgulho e se colocam no lugar de bandas de abertura. Aliás, se o orgulho tem que ser citado, que seja no expressivo amor que Sebastian externa por Axl. Em 1h de apresentação, ele deve ter anunciado o chefe umas oito vezes. No mínimo.

Como você, leitor, já deve ter lido em diversos lugares, nosso ídolo, Axl Rose, logo de cara já se estranhou com um fã que lhe atacou algum objeto. Sr Rose foi bem enérgico, demonstrando todo seu poder de mega estrela ao ameaçar deixar o palco junto com sua banda. Barracos a parte, o resto do show seguiu tranqüilo e empolgante como um show de hard deve ser.

Na apresentação de Sebastian não faltaram jogadas de cabelo e as famosas poses poser. Os típicos polichinelos de bandas melódicas foram substituídos por energéticos socos no ar. Tudo bem legal de se ver. Porém, a produção brasileira SEMPRE deixa a desejar. O telão não foi utilizado durante a apresentação de Bach, logo, os pobres coitados míopes como eu, tinham que fazer uso de binóculos para conseguir distinguir quem era quem. Em aliás, mesmo durante a apresentação do Guns, o telão sofreu blackouts, no mínimo, três vezes.

E por falar em vacilo da produção, bem na hora do solo (acho que) do Ron Thal, sua guitarra deixou de funcionar. Ficou bem feio. Mas aí eu já não sei a quem culpar, mas se isso acontece no Kazebre, é uma coisa, já num show internacional com panca de intergalático, esses detalhes fazem a diferença.

Voltando ao Sr Rose, este me deixou deveras surpresa. Passado o episódio da garrafada do fã, Axl foi gentil e atencioso o tempo todo. Entenda, não disse humilde, disse gentil.

Em determinado momento explicou o porquê de não ter ido se apresentar na Club Disco na quinta feira anterior e disse que preferia vacilar com aquela galera do que com os fãs.

Em outra situação, pediu para que a galera da pista desse um passo atrás, pois o povo da grade estava passando mal. Disse que amava muito seus fãs e não queria vê-los se machucar.

E, para mim no melhor momento, pediu que completássemos com “Axl Rose” depois que ele dissesse “Fuck you!”. E ai, foi uma sucessão de:

“Fuck you, Axl Rose!”
“Fuck you, Axl Rose!”
“Fuck you, Axl Rose!”

Intercalada por risadas realmente genuínas de Axl.

Quanto à nova formação, sim: todos os comentários lidos, ouvidos e pensados estão certos. Não há como algum outro guitarrista substituir Slash ou Duffy. Isso é óbvio. Porém, não acho que os novos integrantes sejam ruins, são apenas diferentes. Meio emos, quase, se analisarmos DJ Ashba.

Por exemplo, por mais que eu prefira Edu Falaschi à Andre Mattos, não há como negar que Carry On e Make Believe (entre tantas outras) ficam melhor com o vocal original interpretando-as. Porém, não deixo de ir aos shows do Angra por causa disso.
Outro exemplo, acho que Matt Cameron nem se compara ao Jack Irons, porém, continuo amando Pearl Jam com todo meu coração.

O fato é que algumas bandas se resumem ao vocalista, outras têm a sorte de dividir a atenção com todos os integrantes, só que em contrapartida, fica ruim na hora de uma possível substituição.
Concordo quando o Sam diz que o show podia ter sido: “Axl e Amigos”, ao que eu complemento “...tocando Guns”, mas em momento algum voltaria atrás da idéia de ir.
 
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