Mas isso não é o tempo todo. Durante o expediente, somos alguém. Temos responsabilidade, temos importância. Valorizamos aquilo que fazemos, mesmo que não o façamos com tanto gosto assim.
Tenho assistido muito E.R e, egoicamente, tenho comparado meu dia-a-dia com o daqueles doutores. Passo umas 9h por dia ao lado dos meus amigos aqui do banco. Às vezes mais, às vezes menos. Passamos por todas as situações imagináveis juntos, brigas, gargalhadas, falta de paciência, excesso de humor, mal humor, ranzizisse, burrice, esperteza, bolas dentro, bolas fora e eventuais comida de bola.
Quando eu entrei, encontrei um setor capengo, apartado, hostil. Hoje o cenário é outro. Somos unidos, amigos, brincamos na maior parte do tempo, nos conhecemos bem. Tiramos sarro um do outro. E principalmente, nos defendemos e apoiamos. Pelas pessoas, se tornou muito agradável trabalhar aqui.
A proximidade é tanta, que tenho sentido falta deles durante o tempo que não estamos juntos. Nós temos brincadeiras que só nós entendemos, um vocabulário só nosso e troca de olhares bem cúmplices.
O porquê da ligação com E.R?
Bom, no final de cada capítulo, vemos cada um em sua casa, fazendo suas coisas, normalmente sozinho, na mediocridade, normalidade de uma vida, meio que esperando o dia seguinte, quando a aventura e a batalha, começarão novamente.