Zezé nos dava medo. E se ela pusesse tudo a perder no dia do show? E Zezé também morria de medo! Na turbulência inconsistente de sua mente, seguia a vontade de participar, de ser querida, mas tinha medo do fracasso. Nada claro, porém imensamente verdadeiro. Muitos ensaios, a professora no piano. Dia do show. Todos nós e Zezé.
Na hora exata, cada um de nós concentrado no que devia fazer. Esquecemos de Zezé. E na hora de o triângulo soar, ele soou... Era como as batidas cristalinas de uma alma pulsadas por um pequeno coraçãozinho...Aquele som, aquele triângulo tinham a proporção de um megaespetáculo do Pink Floyd. Ele dizia: “Eu, Zezé, existo e toco triângulo!” Três anos mais tarde Zezé morria, mas o exemplo da pequena vitória vencendo nossos medos jamais me abandonaria. Não importa quão difícil seja o memonto pelo qual estamos passando; Zezé sempre me relembra: “Eu existo e toco triângulo”. Você existe e toca as cordas da sua vida...a cada segundo."