quarta-feira, setembro 19, 2007

Sobre não pertencer

quarta-feira, setembro 19, 2007
Após cinco minutos explicando sobre a Teoria de Casimir – que logo mais será citada em LOST e que trata de viagem no tempo – meu amigo de banco e vizinho de mesa me pergunta:

“-Que revista é essa?”
“-É a Super desse mês, sobre Auschwitz.”
“-É pra faculdade?”
“-Não, gosto pessoal mesmo.”
“-Ah, você é judia?”
“-Não, é que esses assuntos me interessam mesmo. Pô, Deco, esse troço que eu tatuei no braço era um dos lemas da EasyCompany, a companhia E do 506º Regimento de Infantaria Paraquedista durante a Segunda Guerra Mundial!”
“-É, Bruninha, eu acho que você é que caiu de pára-quedas nesse mundo”

Acho que ele tem razão.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Your future is not how wished it to be

sexta-feira, setembro 14, 2007
“Quantos de nós realmente cresce para ser uma linda bailarina ou famoso astronauta? A gente faz nosso melhor e vê do que dá” – uma personagem do filme “Duas Vidas”.

É verdade. É a mais pura verdade.

Quando novos, todos temos sonhos de fazer diferença no mundo...seja na área que for. O que não sabemos é que nossas vidas provavelmente, não serão tão glamurosas quanto queríamos inicialmente.

Quando alguém faz Relações Internacionais, certamente, o mote não é ficar o dia inteiro num computador, com seis sistemas abertos, números e prazos pulando e martelando sua cabeça. Internacionalistas merecem mais do que isso. Merecem e querem fazer diferença no mundo. Transformar a ONU no que a ONU intenta ser. Levar paz ao Oriente Médio. Salvar tribos indígenas. Mediar guerras. Fazer negociações e alianças políticas.

E não é só na minha raça que estou pensando pra fazer esse post! Outras injustiças também me indignam. Não suporto ver historiadores atrás de balcões de recepção, advogados fazendo contas, publicitários fazendo cartões internos de aniversário e jornalistas vendendo gibis.

Basta!
Não quero mais brincar...cansei desses homens esquisitos.
Dá minha bola que eu vou embora.

domingo, setembro 02, 2007

Currahee

domingo, setembro 02, 2007
Currahee, da nação Cherokee: Aquele que caminha sozinho.

Acordei. Faltava pouco pras 9h horas. Passei a semana inteira esperando pelo sábado e, enfim, ele havia chegado.
Enrolei um pouco na cama, sabia que meu dia seria cheio. Porém, eu precisava fazer algumas coisas antes de sair de casa. Tomei banho, fiz as unhas, sequei o cabelo.

Minha primeira missão era doar sangue. E eu fui. Sozinha. O Mário e o Rodolfo haviam ido às 5h pra lá. Meu amor tinha compromissos e a Jan preferiu ficar dormindo. Não sei porquê, mas não me surpreendi ao me certificar que passaria o dia sozinha.

Peguei o ônibus e fui. E só na metade do caminho percebi que eu nunca havia ido ao Hospital das Clínicas. Centenas foram as vezes que passei por esse ponto ali na Avenida Rebouças, mas nunquinha eu havia parado nele. “Não faz mal”, eu pensei, “Eu sempre dou meu jeito”. E dei. Não que seja mto difícil, afinal, o HC é bem ali mesmo.

Doei sangue. E constatei que aquilo é realmente um gesto de amor altruísta. A agulha é grossa pra caramba, minhas veias são fininhas (o que faz doer mais) e aquela borrachinha que eles usam pra te apertar é quase um instrumento de tortura (e a enfermeira ainda me amarrou duas). E ainda sim, você agüenta a dor sabendo que tem alguém que precisa muito daquele seu pouquinho de sangue.

Saí de lá muito contente comigo mesma. Orgulhosa de certa forma, e com a certeza de que assim que puder, eu voltou lá.

Mas meu dia não estava completo. Eu tinha feito minha boa ação. Tinha feito amizade com as enfermeiras, e até tinha sido cuidada por elas quando elas cismaram que eu estava com febre. Mas havia algo...algo que me martelava há duas semanas.

Voltei pro meu bairro e fui. Liguei pro meu irmão, confirmei o endereço e fui. Sozinha.
Confesso que a parada dói um pouco...mas é também um prazer bem legal.

Fiz minha primeira tatuagem. E foi num dia muito significativo pra mim. Um dia que pude aproveitar maravilhosamente a minha companhia. Sabem, eu gosto de mim. Me acho legal...Foi prazeiroso ficar comigo e só comigo.

E que maneira melhor de tatuar Currahee do que alone?

Amigos, não se ofendam. Eu os amo com toda minha força. Mas a quem ainda vamos enganar? “Somos um bando de gente sozinha que fica junto”, como disse o Hugo.

We stand alone togheter.
That’s what Currahee is all about.

Me and my brother.
 
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