terça-feira, junho 24, 2008

Sobre falta de sorte

terça-feira, junho 24, 2008
Sorte nunca foi um dos meus ingredientes principais. Sempre pude contar apenas com minha vontade, capacidade e empenho – e a torcida para que desse tudo certo.

Pois bem, de um tempo pra cá, as coisas desembestaram a dar errado. Não sei se tem relevância, mas semana passada eu quebrei um espelho. Fiz o coitado em pedacinhos.

E as coisas realmente não têm ido bem. Sabe aquela coisa de: “Ah, você ia ganhar um Porsche, mas já que comprou um Fusquinha, deixa pra lá”?

Contratei os serviços de uma TV por assintura e disseram que em até dois dias estaria tudo instalado. Três dias se passaram e eles me informaram que o prazo havia sido estentido para sete dias. Sete dias depois, eles me informaram que a instalação se daria em mais sete dias.

Fui almoçar e pedi na lanchonete um simples misto quente. Vinte e cinco minutos e vários pratos sofisticados depois, volta a garçonete: “Ahn, desculpe, senhora. O que a senhora pediu, mesmo?”

Dos quatro elevadores inteligentes disponíveis nesse prédio, três chegaram, e o meu empacou.

Fiquei de exame em duas matérias na faculdade por nota mínima: 0,5 e 0,7 ptos.

Peguei hepatite B, provavelmente, por causa das tatuagens.

Meu pai vendeu o carro – o nosso e o do meu irmão.

Perdi meu bilhete único de estudante e estou morrendo com R$ 10 conto por dia de condução.

Posso me considerar azarada, ou será que o Samuel tem razão em dizer que dou demasiada importância para coisas secundárias?

sexta-feira, junho 20, 2008

Sobre o tempo - dele

sexta-feira, junho 20, 2008
“Pensando… eu sou um paulista, vivo apressado, meu relógio é adiantado 10 minutos. Tentar diminuir os atrasos... e ainda assim, eu vivo correndo (e atrasado).
Hoje, eu descobri que ignoro o ponteiro das horas, e vivo contando com os minutos. Em nenhum relógio que olhei, eu vi que horas eram, e sim quantos minutos me restavam. Mesmo em relógios digitais, eu simplesmente ignorei os 2 primeiros digitos, e vim contando apenas com os minutos que me faltavam... Nada pode levar mais do que uma hora. A cada vez que os minutos marcam “00” novamente ja é hora de sair pra algum outro lugar... e isso me deixou impressionado com minha falta de atenção e meu stress...
Realmente a caspa deve ser isso.
Enfim... preciso desacelerar, antes que a caspa vire coisa pior”

Como acontece diariamente, liguei pro meu amor pouco depois das 9h. Para minha surpresa, ele já estava na rua. Quando deu 10h, recebi um e-mail seu. Oras, ele só entra às 10h40... que diabos lhe aconteceu? Às 10h10 ele me liga:
"Acordei 1h mais cedo, cheguei 1h mais cedo e só agora percebi"

Fui acometida por risos apaixonados incontroláveis. O texto ele foi ele quem escreveu, na troca eterna de emails.

segunda-feira, junho 09, 2008

Sobre Sonhos

segunda-feira, junho 09, 2008
Não sei quantos dos antigos (e queridos) leitores ainda passam por aqui. Tampouco sei quantos de vocês têm sonhos. Muito menos faço idéia se eles foram realizados.

A questão, prezados, é que desde meus saudosos 11 anos, um sonho me assolava: ter um carro e saber dirigi-lo. Eu tinha a idéia utópica de que, assim que fizesse 18 anos, eu teria a habilitação numa mão e a chave do possante, na outra. Como eu disse, utopia.

Longo foi o tempo que passou até que eu pisasse numa auto-escola. A possibilidade de ter um carro só começou a se concretizar chegado os 22 anos de idade, quando, em conjunto com meu pai, demos entrada num Celta, 1.0, pé-de-boi total: sem ar condicionado, sem direção hidraulica, sem vidros automáticos, sem airbag, sem trava. Mas como era lindo, meu pequeno.

Nunca algo me deu tanto desgosto. Eu ainda guardava a idéia adolescente, de que era só entrar e sair dirigindo por ai. Rá. E o medo? E a falta de coordenação? E o fato de eu ser míope e não usar óculos?

Poucas coisas me fizeram chorar tanto na vida. Depois que subi na guia pela primeira vez, amassei a roda e fodi o eixo – mas ainda sim, sem bater em outro carro ou atropelar alguém – passei a achar que eu não tinha nascido praquilo, que não tinha talento. E briguei com meu pai, jogando toda a minha frustração nele.

Pouco tempo se passou e os meus diamantes começaram a dar brilho na minha vida: o Sá, a Jan, o Dente, o Bru...

Meu amor e a Jan nunca sequer hesitaram em sentar ao meu lado e assinar sentença de morte. Mesmo depois de algumas barberices, estavam sempre lá, dispostos e com uma palavra de apoio e encorajamento.

O Dente e o Bru me deram toda a experiência que podiam, contando todas as vezes que ja haviam batido, capotado, ralado, quebrado e principalmente, continuado.

Essas pessoinhas, mais do que niguém, me transformaram numa boa motorista. Eles despertaram minha votatde de ir além. E eu fui. E a sensação de ter o sonho acontecendo é simplesmente, sublime.

Ter o carro na porta, poder sair, dirigir, dar carona, não importa se longe ou perto, se chovendo ou não. É simples, mas era meu sonho.

Só que o sonho acabou antes mesmo de que eu me acostumasse e criasse outro. E só o que me restou, foram as lágrimas.
 
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