quinta-feira, dezembro 29, 2011

Da análise do dia a dia

quinta-feira, dezembro 29, 2011
Fui olhar um anúncio de apartamento. Havia uma mensagem logo na cara, mas eu ignorei e, ainda sim, fiquei procurando ver as fotos, valores e tamanhos. Depois que não gostei do que vi, reparei que a mensagem (até então inicial) dizia que o anuncio fora removido.

Me senti meio Dona Florinda e Prof. Girafales, ignorando o resto do mundo. O problema é que eu não estava apaixonada pelo apartamento.

O ser humano, de fato, só enxerga aquilo que quer ver. Abençoados os desprendidos que conseguem olhar para os fatos como eles são.

É. O anúncio estava bem visível. Mas eu não vi.

sábado, dezembro 24, 2011

...but its over now

sábado, dezembro 24, 2011
Vieram me perguntar se me incomodo.
A resposta, desacreditada pela grande massa, foi “não”.  Afinal, eu não me incomodo que ele esteja namorando. De fato, cheguei a um ponto no qual desejo apenas a mais profunda e sincera felicidade para ele. Namoramos por praticamente cinco anos. Oras, devo eu odiá-lo simplesmente porque deixou de dar certo? Não. Não sou assim.

Mas quando os seres humanos evoluem algumas pessoas não parecem satisfeitas, então, tive que elaborar mais minha resposta de forma que esta tivesse um pouco mais de egoísmo para que fosse aceita.

Desde os meus vinte anos até os vinte e quatro, ele foi o ar que eu respirava. Lembro de cada briga e cada reconciliação. Lembro do sentimento sufocante que tomava meus pensamentos cada vez que sua presença ou ausência acontecia. Eu não podia estar com ele o tempo todo, mas ele, e digo isso com a máxima certeza, não saía do meu pensamento um minuto que fosse. Meus sorrisos eram dele, meus olhares eram pra ele. Ele tinha domínio sobre meu corpo e minha alma. Durante quatro anos, eu não precisei de mais ninguém. Ele me bastava. Fui contra família, amigos e contra mim mesma. Travei guerra contra o mundo com um sorriso no rosto porque, na trincheira ao lado, eu via seu rosto.

Balanços gerais de amor só devem ser feitos em nosso leito de morte, mas arrisco dizer que ele foi meu primeiro verdadeiro amor.

Normalmente, quando namoros acabam, as pessoas se perguntam: “como pude?”. Comigo não é assim. Eu sei exatamente todos os porquês de tê-lo amado. Ainda sinto a mesma onda de excitação quando penso no sentimento abundante que o rodeia. Ainda sinto o mesmo desolamento quando lembro da fatídica traição sofrida. Ainda agiria da mesma forma quando, instigada por outros, senti vontade de também trair. No fim, não me arrependo de nada porque não cabe a mim decidir o que deveria ou não ter acontecido.

Eu sei o quanto gostei dele e o quanto eu queria que tudo desse certo. Mas não deu.

O que resta, então?
Resta a tristeza por ver que, no fim da nossa linda história de amor, não pudemos escrever um “...e viveram felizes para sempre”. E ambos teremos que começar tudo de novo, sofrer e ser felizes tudo de novo antes de aquietarmos nossas almas. Mas dessa vez, acho que estamos ambos mais preparados para errarmos menos.

Has it only been five years?
ExplodingDog.com

segunda-feira, outubro 03, 2011

E agora, José?

segunda-feira, outubro 03, 2011
Eu tenho 26 anos e já perdi as contas de quantas vezes me apaixonei na vida. Na verdade, quando se trata de paixão, não tenho critério algum: me apaixono descaradamente por qualquer olhar que eu julgue interessante. Mesmo enquanto amando, permaneci me apaixonando aqui e acolá.

Contudo, amar amar, eu só amei duas vezes. Talvez uma. Mas ainda acho que tenham sido duas. A questão é que, por mais que eu ainda ache que a idéia de amar é supervalorizada pela sociedade atual, não pude deixar e notar os efeitos que o amor causa ao ser humano. E são efeitos realmente visíveis, tangíveis e transformadores.

Quando se ama verdadeiramente, o mundo parece, magicamente, fazer sentido. Por mais absurda que a vida na Terra seja, quando você encontra “aquela” pessoa, é como se você entendesse o propósito da sua existência, ou, numa visão menos romantizada, é como se o porquê da sua existência simplesmente não importasse mais.

O dia-a-dia se torna interessante. A rotina se torna atraente. A previsibilidade de uma vida a dois se torna desejada.

É uma onda de felicidade tão grande, que virou comércio. A idéia passou a ser vendida em todos os lugares e as pessoas passaram a querer amar acima de todas as coisas. Tanto, que passaram a criar paixões na tentativa desesperada de que estas virem amor. Desnecessário versar sobre a estupidez intrínseca deste ato.

Mas, honestamente, os falsos amores não me importam mais. O que me tira o sono, o que me machuca, o que me faz pensar e repensar minha vida é sobre o que fazer, como prosseguir depois que o amor deixa de acontecer na vida de alguém.


[continua]

sábado, setembro 17, 2011

Súplica

sábado, setembro 17, 2011
Tenho algo pra te propor.
Porque eu sei que não podemos nos prometer longos períodos de sentimentos, entendo que somos induzidos a pensar no curto prazo. Logo, hoje eu gosto de você e hoje eu quero que fiquemos juntos.

Eu quero, absurdamente, te ver. É muito injusta uma história como a nossa. No auge do encantamento, somos obrigados a nos afastar e não passar dos limites da imaginação ao devanearmos sobre como teria sido se nos houvesse sido dada a oportunidade de tentarmos.

[...] 

Novamente, foi como se mil pedras de gelo fossem introduzidas em meu estômago.

Mas, na vida, tudo faz sentido e eu finalmente entendi o porquê de certas pessoas me terem sido apresentadas ainda na minha infância. Subitamente, a luz da imaginação se fez presente e se prostrou no fim do túnel. O gelo derreteu e um entusiasmo desmedido tem tomado todos os meus pensamentos desde então.

[...]

Não pense que haverá obrigatoriedade em você ficar comigo. Faço absolutamente qualquer coisa para te ver feliz.

I wonder if you daydream about me
ExplodingDog.com

sexta-feira, setembro 16, 2011

'Cause I just don't know

sexta-feira, setembro 16, 2011
Ok.

Hoje, foi depositada em suas mãos a possibilidade de fazer de alguém que você gosta, a pessoa mais feliz do mundo. Para isso, você terá que fazer alguns sacrifícios leves ou grandes concessões. Você aproveitaria a oportunidade?

Qual é o preço máximo que se deve pagar pela felicidade? Mesmo que seja a felicidade do outro.

Até que ponto se deve ir para conseguir que esse alguém esteja bem? Existe hora de desistir? Existe, para qualquer coisa, um ponto final?


If I knew how to swim, this would be ok
ExpldingDog.com

quarta-feira, agosto 31, 2011

(Amor) Clandestino

quarta-feira, agosto 31, 2011
"Desculpa. Eu só queria ficar perto de você.
Pois não há ódio que dure para sempre, eu espero que um dia você me perdoe.
Mas eu não vou esperar mesmo, não. Sabe  por que?

Porque esse tal amor que personagem finge que sente, amor dessa qualidade que tem paciência até para esperar o intervalo inteiro para somente no 'voltamos a apresentar' concluir o que tinha fingido que tinha começado, esse amor é somente amor de ficção.

É muito diferente disso daqui que eu sinto. Esse grudamento da sua pessoa dentro da minha, essa agonia, esse negócio de doido que eu não encontro nome pra ele em nenhuma das palavras existentes e nem tem som ou letra escrita que explique como ele é exagerado!

Sentimento sentido de verdade não precisa ser documentado em papel, romance nem peça de teatro. Não é da conta de mais ninguém a não ser da pessoa que sente. E da outra, responsável pelo afeto causado."
Clandestinos - episódio 2


Don't let him get away
ExplodingDog.com

terça-feira, agosto 30, 2011

Sobre Simbolismos

terça-feira, agosto 30, 2011

O Swatch
Tenho uma paixão por relógios. Nem sempre os uso, mas os adoro.

Em minha última viagem, pude adquirir mais dois para a minha coleção. Um Swatch e um Fossil. Por estar viajando, deixei o Fossil guardado e andei para cima e para baixo com o Swatch.

Rodei por quatro países. Em alguns deles, havia fuso. Em determinado momento, fiquei doida. Celular é bom porque atualiza o horário automaticamente, mas já não sabia mais em qual horário deixar o meu relógio.

E então, o Dog, em um dos seus momentos mais doces, me disse:

- “Bu, esse relógio você deixa sempre no horário de casa”
- “Brasil?”
- “Não. Londres!”

Eu deixei. E quem disse que tenho vontade de mudar?

segunda-feira, agosto 22, 2011

Patere te

segunda-feira, agosto 22, 2011
20 de Agosto de 2011
Há alguns bons anos, quando eu ainda fazia uso constante do saudoso Fotolog, vi, junto com a Jan, uma foto que deveras me chamou a atenção. Era uma tatuagem, em tamanho médio (ou pelo menos assim eu me lembro) de uma palavra escrita em vermelho no cóccix. A palavra era simples. A mensagem, porém, me segue até hoje: Permita-se.

Ainda hoje não sei se a tal foto era verídica ou se fazia parte de alguma montagem, mas o fato é que nunca me esqueci daquele simbolismo. Eu sei que, nesta situação, o apelo sexual era grande. Mas o que é a vida sem um apelo sexual grande?

A questão é que, e lembro disso muito bem, logo que vi aquela foto, senti a velha sensação de “Como eu não pensei nisso antes?”

Ao assumir a ideia de usurpar o pensamento, pensei em escrever em alemão, depois, me decidi pelo latim, mas após um mês na Europa, entendi que era em português que ela precisava ser feita.

O tempo passou e eu desenvolvi várias teorias em cima da idéia do “Permita-se”. Acho, de fato, que o ser humano se priva mais do que o necessário. Mas isso é assunto para outro post.

Este texto destina-se única e exclusivamente ao esclarecimento de que minha nova tatuagem não foi criada por mim. Foi copiada ou inspirada (depende de como você quer ver) em alguém que nunca conheci formalmente, mas que, sendo fictício ou real, tem uma idéia muito semelhante a minha, por isso, julgo como meu igual.

E vai para você, pessoa que eu não conheço mas que tem me ajudado a ser mais como eu gostaria de ser, que vai todo o agradecimento de uma vida. 

segunda-feira, julho 04, 2011

Sobre ela

segunda-feira, julho 04, 2011
Mulher é um bicho complicado por dezenas de razões. Uma delas, é a competitividade.

Mulheres querem sempre ser melhores do que as outras, mais bonitas, mais magras, mais interessantes. Elas sempre querem ser escolhidas pelos homens. Não sei até que ponto isso é normal, mas posso garantir que é corriqueiro. Quando essa rivalidade se abranda e toma um lugar secundário no relacionamento de duas mulheres, pode-se dizer que elas se tornaram amigas. E com o passar do tempo, quanto mais elas descobrem afinidades e demonstram cumplicidade, mais essa mania de superioridade vai dando lugar a sentimentos e ações mais altruístas.

Contudo, minha pequenez me faz acreditar que a tal rivalidade inicial nunca deixa o convívio dessas duas mulheres. Ela abranda, sim. Mas nunca as deixa por completo.

Com o tempo, ninharias como o uso constante de uma palavra ou expressão, um certo jeito de mexer no cabelo, o uso de algum acessório ou estilo de roupa certamente será caracterizado como cópia. Ou seja, se minha amiga de anos está se comportando de tal forma parecida com a minha é porque ela está me imitando.

E ser copiada pelas amigas sem receber crédito é algo que mulher nenhuma aceita. Principalmente se ela receber elogios e você não.

Eu tenho uma amiga de anos. Uma amiga que poderia ser acusada e me acusar de todos os mimetismos mencionados acima se não fosse por um único detalhe: ela não parece comigo. Ela me é.

Digo isso sem o menor medo de parecer exagerada. Afinal, estando juntas ou separadas, pensamos igual, agimos igual, nos vestimos de forma parecida e, o que considero mais peculiar: nós sentimos igual.

Particularmente, acho que nossas diferenças são gritantes, mas não aos olhos do mundo. Eu começo uma frase e ela termina; eu conto um fato e ela faz as mesmas perguntas que eu fiz; se me faltam palavras para explicar, o olhar completa e ela entende; me sinto ridícula por me apaixonar por um personagem mas me tranqüila saber que ela também se apaixona... e pelo mesmo personagem.

Acho que de tudo que poderia falar sobre ela um dia, jamais a acusaria de plágio. Se hoje uma de nós falar que gosta de algo e a outra passar a gostar desse algo certo tempo depois, não será cópia. Será apenas pelo fato de a retardatária não ter conhecido esse algo antes.

Desnecessário dizer o quão feliz eu me sinto por ter encontrado alguém como eu no mundo. E ela mora em frente a minha casa.

Sorte é para poucos.

[interna]

domingo, junho 12, 2011

.Impressões

domingo, junho 12, 2011
Ok e então, eu terminei de ler “Amanhecer”.

Desde que a Saga Crepúsculo me foi apresentada, menos de um ano se passou. Ganhei os livros de presente em Agosto de 2010, e, depois de ler o primeiro, decidi que os outros teriam que esperar pela minha maturidade emocional. Drama? Não. Autoconhecimento.

Meu irmão e eu sempre brincamos com o fato de sermos suscetíveis demais. Quando assistíamos a um filme de boxe, queríamos ser boxeadores; quando assistíamos a um filme de dança, queríamos ser dançarinos e assim por diante. É claro que, ao entrar num mundo vampírico, que já é uma paixão há décadas, minha vontade seria ainda mais forte de pertencer a este mundo sombrio e, às vezes, minha sanidade precisa de hiatos maiores para se fazer presente.

Pois bem, minha amiga-introdutória-ao-mundo-no-qual-os-vampiros-brilham bem alertou de que o último livro da saga seria péssimo. E, de fato, foi. Bom, eu não necessariamente classificaria como péssimo, mas estranhamente atípico.

Stephenie Meyer tem sido um enigma para mim há dois meses (tempo que levei para ler os últimos três livros). Eu juro que gostaria de sentar com ela e perguntar de onde veio tanta baboseira. Sério! Será que veio tudo junto, numa diarreia só, ou será que ela cozinhou tudo por mais tempo?

Eu entendi que o amor de um imprinting é extremamente puro e altruísta, mas não consigo deixar de ligar um imprinting com um bebê à pedofilia. Desculpe, acho que sou muito suja por pensar assim. Mas é apenas porque eu sei como o mundo funciona. E os hormônios também.

Esse amor doentio e dependente de Edward e Bella é a coisa mais linda do mundo. Principalmente, porque ele não existe. E fazer com que as pessoas fantasiem com ele é de uma crueldade sem tamanho.

Vampiros são vampiros e super heróis são super heróis. Nossa querida autora perdeu a mão ao tentar criar sua própria liga de X-Men (como caracterizou minha amiga-introdutória-ao-mundo-no-qual-os-vampiros-brilham) e a segunda parte do livro ficou absolutamente jocosa!

Eu tenho respeito por autores que respeitam seus personagens, que pensam neles como seres viventes. Sei que Anne Rice pensa assim. Eu mesma, em minha ínfima existência, tento ser assim. Já a “rainha do fantástico”, a Sra. Meyer brinca com seus personagens de maneira cruel. Ora eles amam, ora não amam mais. Ora sofrem um oceano de mágoas e, no momento seguinte, estão felizes eternamente. Ora são os salvadores do mundo, e dali a um ou dois capítulos, aparecem em segundo plano, como piada de fundo. Não. Eu não gosto disso.

Quanto às aberrações como uma humana engravidar de um vampiro, sobreviver à gestação  ou mesmo o bebê que já nasce com super poderes e de crescimento super acelerado, eu não vou comentar. Acho isso profundamente desrespeitoso com toda a classe que idolatra o mundo vampírico, mas faço um esforço de atribuir isso à licença poética.

Contudo, se há algo de bom a ser dito sobre os livros de Stephenie Meyer e sobre sua maneira de escrever, eu diria que é como ela se expressa a respeito da dor emocional. Sei que sou muito empática, o que certamente agravou a intensidade com que li a saga inteira, mas admito que chorei em todos os momentos que Bella Swan sofreu por Edward Cullen; me dividi todas as vezes que ela não sabia a quem escolher e me afoguei em falta de ar toda vez que Jacob Black se dilacerava por Bella.

É chato pensar que Stephenie Meyer usurpou o lugar que ocupa hoje. E ai, lembro-me de um trecho de uma música do Within Temptation: “If I don’t make it, someone else will”.

segunda-feira, maio 16, 2011

Sei lá mil coisas.

segunda-feira, maio 16, 2011
Estou desenvolvendo uma teoria baseada em algo que não acredito. É incrível a capacidade meu cérebro possui de pensar em certas asneiras.

Ontem, eu estava voltando do almoço com minha fiel escudeira, a Ká, e falávamos de suas vidas passadas, que lhe foram reveladas por um cigano. Por opção, eu não acredito em reencarnações por pensar que este sim seja o fim completo de algo que possivelmente nunca existiu, mas minha idéia hoje não é escrever sobre isso.

Pois bem, minha amiga comentava entusiasmada sobre as informações que obtivera, dizendo que em uma de suas vidas passadas, ela havia morado na Europa.

Pronto. Isso bastou para que meu cérebro divagasse.

Fiquei pensando, a Ká, assim como eu, é uma eterna insatisfeita em relação ao comportamento medíocre do brasileiro. E, assim como eu, pensa em morar fora por não se sentir parte desta cultura. Note, leitor, que muito embora eu não tenha tido revelações sobre as minhas vidas passadas, não me surpreenderia (caso acreditasse) que eu fora oriunda de um país chamado de primeiro mundo. Meu raciocínio continuou: será que ao reencarnarmos, escolhemos nosso próximo lugar de origem? E mesmo se não escolhemos, acho que fica um certo tipo de memória arraigaida no inconsciente que nos permite comparativos entre as nações nos deixando felizes ou tristes em relação a nossa situação cultural atual.

Seguindo esta linha, pensei: de onde será que vieram os cidadãos brasileiros felizes com a situação política do nosso país hoje? Etiópia? Iraque? Palestina?

“É, só pode ter sido”.

terça-feira, abril 26, 2011

Sobre ausência de valores

terça-feira, abril 26, 2011
O ser humano é engraçado.

Eita bicho teimoso! Não consegue, ou cisma em não querer, racionalizar as coisas e estabelecer um conceito simples como valor ético.

O que mais vemos, especialmente no Brasil, é uma constante inversão de valores. Acho que esse é o problema-primórdio em nossa cultura. Talvez por termos tido uma colonização de extração, foi-nos empurrado goela abaixo a idéia de que sempre é possível tirar vantagem das coisas. Sempre é possível ganhar em cima dos outros seres. Resultado: somos um país de oportunistas.

O brasileiro não pensa. Ele vai de acordo com a maré. E se a maioria acha que ilicitudes não são tão problemáticas assim, ele segue essa linha de pensamento.

O cenário mais extremista que se pode analisar são as cidades nas quais o tráfico impera. Em tais cidades, a imagem venerada é a do ladrão, do bandido, do traficante. Sua linguagem pobre e marcada por vocábulos fracos e típicos é imitada por crianças e adolescentes que passam a achar que esse é o caminho certo. Automaticamente, presumem que um caminho um pouco mais digno, com menos gírias, um vocabulário mais requintado e uma vestimenta adequada, é um caminho vexaminoso.

O brasileiro é tão falho no ato de pensar que, bastou um filme de qualidade mediana que enaltecia a polícia do Rio de Janeiro, para que a imagem do bem fosse novamente revelada. Hoje, grande parte da população venera o Capitão Nascimento e sua raiva reprimida. Como essa idolatria é para o lado do bem, ok, vamos criar caso. Mas ai, eu pergunto: até quando essa paixão vai perdurar? Na minha cabeça, basta um novo filme com outro personagem caricato, como o Zé Pequeno, para que os valores se invertam novamente.

Jogo RPG desde os saudosos 13 anos. Leio desde que aprendi essa arte. Gosto de utensílios tecnológicos desde que me meu pai, há 16 anos, me deu um computador. Uso a palavra “deveras” desde que a li pela primeira vez em algum conto de Machado de Assis. E faço mais um tanto de coisa que a sociedade (principalmente a escolar) sempre taxou como “nerdice”. Eu e meus amigos. Nunca fomos venerados por pensar, por racionalizar ou por entender com facilidade o que algumas pessoas não entendem em anos. Nunca nos sentimos maximizados ou diminuídos por isso. Apenas, nos refugiávamos em pequenos grupos onde essa diferença com o resto da sociedade não era tão gritante.

Hoje, com a famigeração do propósito nerd espalhado através de seriados como The Big Bang Theory, temos um novo grupo de brasileiros emergindo: os pseudo-intelectuais. Não, não estou dizendo que eles estão sendo criados, afinal, eles sempre existiram e, para meu pavor, sempre fizeram parte da minha vida. Ressalto que eles estão emergindo, colocando a cabeça para fora da superfície e tomando fôlego e força para, mais uma vez, reinverterem os minguados valores que temos em nossa sociedade.

Os pseudo-intelectuais são piores do que pragas em plantações! Eles acham que entendem, acham que pensam, acham que expressam, acham que são. Mas não são, não expressam, não pensam e, pior de tudo, não entendem. Mas comentam! Ah, como comentam! Metem o bedelho em todas as conversas, querem participar, opinar! Querem desesperadamente fazer parte da galera dos inteligentes e olham ao redor com orgulho quando percebem que conjugaram um verbo corretamente. Como se isso fosse algum mérito ao invés de uma obrigação inerente a qualquer cidadão alfabetizado.

Eles querem brilhar em sua resposta, mas sequer entenderam a pergunta!

Se você está num ambiente no qual não tem idéia do que estão falando, ou do porquê de estarem falando daquilo, fica a dica: fique quietinho, preste atenção, deixe quem manja do assunto falar, colha informações e só se pronuncie quando perguntarem sua opinião. E se vc estiver em dúvida, não hesite em perguntar! Ninguém gosta de um sabichão.

Afinal, "não se mede a inteligência de alguém por suas resposta, mas sim, pela qualidade das perguntas."

quarta-feira, março 09, 2011

Análise Metafórica sobre o Estado Consciente do Ser

quarta-feira, março 09, 2011
Dia desses, estava eu tomando banho feliz da vida, como sempre. Inicio sempre com uma abundante quantidade de água nos cabelos, que por serem compridos, requerem muitos cuidados. Segui minha rotina aplicando shampoo seguido de condicionador. Na seqüência, e antes da aplicação do creme de hidratação profunda, notei haver uma pequena mariposinha no local onde guardamos os apetrechos cabelísticos. Ela não tinha mais do que dois centímetros e estava parada, inerte, bem no meio da caixa organizadora.

Meu primeiro ímpeto foi o de pegar o chuveirinho e afogar a coisa feia em água corrente. Mas, no meio da ação, parei e analisei a situação. A pobrezinha não estava fazendo absolutamente nada de mal para mim. Não me ameaçou, nem voou, nem nada. Por que diabos eu haveria de tirar a vida daquele bichinho que, embora feio, não me era prejudicial?

Tentei seguir meu banho calmamente. Mas isso também não aconteceu. A todo momento, eu virava para ver se a bichinha ainda estava ali. E estava. Mas não importava, não tive mais sossego no banho. Toda hora eu achava que ela ia voar para cima de mim. Reduzi, consideravelmente, o horário do banho. E saí, o quanto antes, do banheiro.

Uma vez que abrimos a mente para o maior, impossível voltar ao estado anterior, quando o menor nos era suficiente.

domingo, janeiro 23, 2011

Sobre Amizade

domingo, janeiro 23, 2011

Há certo tempo que penso em escrever sobre amizade. Há certo tempo que penso em escrever sobre o Dog e o Coxa. E como um assunto está intrinsecamente conectado ao outro, por que não juntar os dois temas em um único post? Vamos ver no que dá.

Há alguns meses o Dog me ligou (ou será que escreveu?) dizendo que viria passar mais de um mês no Brasil. Como sempre, esse tipo de notícia é recebida por mim com pulos, gritos e sorrisos.

Creio que eu o conheça a cerca de oito anos, assim como todos os outros integrantes do AEIOU, mas sobre isso eu não me predisponho a escrever. Pelo menos, não agora.

A questão é que, em oito anos que o conheço o Dog (o O do AEIOU) passamos juntos efetivamente três, pois há cinco anos que ele mora fora do Brasil. Entenda, leitor, que eu nunca me opus ao fato dele querer deixar o país até porque partilho da mesma vontade. Muito pelo contrário, lembro como se fosse ontem, ele chegando aqui em casa e me contando sobre seus planos de ir embora. Eu sempre o apoiei. E apoio até hoje.

Porém, toda vez que ele vem e depois se vai, fica um vazio tão grande que me faz chorar todas as noites e ter dúvidas se eu realmente quero levantar da cama ao acordar.

Explico.

O que o Dog e o Coxa representam para mim (assim como algumas outras pessoas representam ou algum dia representaram) é o mais puro sentimento de amizade altruísta que eu já experimentei. Não há competição, não há intriga, não há rixa. Há apenas amor e idolatria. Eles representam para mim aquilo que procurei minha vida inteira e que só achei neles: amigos por amizade e não por oportunidade. Amigos que estão com você porque querem estar com você e não porque lhes convém.

É claro que este tipo de sentimento, por mais perfeito que seja, não pode se aplicado a todos os relacionamentos, caso contrario você terminaria com apenas um ou dois amigos numa vida inteira, posto que o ser humano é composto de sentimentos falhos como inveja, ciúmes e competitividade. Porém, penso que, se durante seu período de vida você encontrar alguém que te faça sentir assim, abrace essa pessoa o máximo que você conseguir e guarde-a dentro do seu coração.

Falar que essas pessoinhas especiais são meus amigos é pouco. Não expressa o que eles realmente significam. Eles são parte de mim. Formaram minha personalidade. Mesmo que eles nunca mais lembrem de mim, me desprezem ou ignorem, eu os carregarei para sempre comigo porque os amo com toda a minha alma.

Das coisas que sinto falta quando ele se vai
É fácil estar com eles. Pode parecer piegas, mas eles me completam. Qualquer outra coisa, balada, aventura, viagem, uma tarde de domingo que seja, fica extremamente longa e cansativa se eles não estão comigo.

É como se uma parte de mim estivesse na Alemanha e outra parte em Londres.

Quando eles vêem, eu faço de tudo para estar com eles. Porque, quando eles vão, eu sempre fico assim, meio sozinha. Perdida. Contando os dias até o próximo encontro.

As pessoas nem sempre (na verdade, quase nunca) entendem isso. Minha única resposta é: se um dia você tiver seu melhor amigo morando em outro continente, a gente senta e conversa.

Esse texto não nada parecido com o que estava na minha cabeça há dias. Mas com o core meio bagunçado e saudosista, foi o que acabou saindo. Prometo melhorar da próxima vez que falar sobre o tema. Ou sobre as pessoas.

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Sobre o orgulho de ser brasileira (2)

sexta-feira, janeiro 14, 2011
Que mundo é esse que a gente vive? Ou melhor dizendo, que porra de país é esse no qual vivemos?

Nós não temos segurança, não temos saúde, não temos educação. O Brasil não tem merda nenhuma. Não tem um povo caloroso, não tem cenários paradisíacos, não está livre das desgraças naturais. Vamos parar de achar que a gente vive numa terra abençoada por Deus e bonita por natureza?!

O sinônimo do Brasil é o caos. Nossa situação está lastimável. Sobrevivemos em condições precárias, nas quais somos assaltados na porta de casa. Um dito ser humano, simplesmente se aproxima e decide que quer as suas coisas. Ele quer o celular que você pensou três meses antes de efetuar a compra parcelada; ele quer o dinheiro que você tem na carteira, mesmo que sejam poucos reais; ele quer o computador que você usa para trabalhar; ele quer o carro que você se endividou para ter. São apenas bens materiais, mas são seus. E ele decide que os quer. E toma a força.

Engraçado como o bullying tem sido tão combatido nas escolas, criando-se até sua vertente virtual, o cyberbullying e a violência nas ruas tem sido deixada de lado pelas ditas autoridades.

Será que o nosso crime é querer ter coisas bonitas? Será que sou um ser humano desprezível porque trabalho e compro todos os gadgets que tenho vontade de possuir? Será que só porque você escolhe o caminho errado, eu também devo segui-lo?

O Brasil me dá vergonha. Náuseas. E os brasileiros só aumentam esse sentimento podre dentro de mim.

Nosso país é o “país de todos”. De todos os ladrões. Se for um salafrário internacional, então, venha pra cá! Te daremos asilo, alimento, vestimenta e proteção. Se for um pé-de-chinelo, não se acanhe! Te daremos nossas carteiras e celulares. Afinal, o Brasil é mesmo o celeiro do mundo. A pena é que apenas cultivamos ladrões e assassinos.

Triste pensar que um estudante não tem subsídios. Um trabalhador não tem direitos. Mas um preso tem indulto. Claro, afinal, são seres humanos. Ser humano é o caralho! Alguém que ameaça um outro alguém com uma arma, seja branca ou de fogo, não é um ser humano. É um monstro que merece ser empalado.

Nutro profundo ódio por tais atitudes invasivas. Tanto, que não pensaria duas vezes antes de decapitar um meliante se eu tivesse a chance.

Gostaria de ter contato com a gerência da Apple, da Hyundai, da Subaru e de qualquer outra grande marca para falar: “Então, brother, não traga seus produtos pro Brasil, não. Indiretamente, vocês só estão incitando nossos criminosos. Levem sua mercadoria para países civilizados, nos quais apenas pessoas de bem, que pagam impostos e pagarão pelos produtos, poderão usufruir dos benefícios daquilo que vocês vendem! Por favor.”

No Brasil, apenas os ladrões têm oportunidade. Ou os vagabundos, que trepam desenfreadamente e depois atribuem ao governo a responsabilidade de cuidar de suas crias fétidas. O que há pra se orgulhar dessa merda, mesmo?!

Quem pensa que com a Dilma esse cenário vai mudar, pense de novo. O Lula não fez porra nenhuma pelo Brasil a não ser instaurar mais ainda a política do assistencialismo, você realmente acha que essa senhora vai fazer algo diferente? Essa galera toda não consegue nem controlar sua própria vida, como é que vão controlar um país?

Nossas cidades estão hoje sendo açoitadas pelas chuvas. O que, aliás,me remete ao pensamento: “Que maravilha, não temos tornados nem vulcões!” Sim, porque o estrago que estamos vendo, com mais de 250 mortos no Rio de Janeiro em 3 dias é realmente uma cena paradisíaca... Povo burro! Lento! E burro mais algumas vezes.

Mas enfim, há quantos verões nós não estamos passando pelos mesmos problemas? Posso estar errada, mas essa mesma situação não aconteceu também em Janeiro de 2010? Não foram centenas de mortos e desabamentos no Brasil inteiro, para qual as partes menos afestadas reuniram esforços e mandaram dinheiro e mantimento para ajudar as vítimas? Ah, então...pois é. E agora, o cenário se repete. E novamente, lá vamos todos juntar a grana que o assaltante não levou para darmos aos nossos conterrâneos necessitados. Claro, porque, se deixarmos na mão do governo, aí é que veremos o que é um genocídio disfarçado de acidente natural.

Se nossos governantes quisessem ter feito algo, eles teriam feito. Eles estariam fazendo. Ou pelo menos, fingindo. O problema é que eles estão pouco se fudendo para a população brasileira. Travaram uma guerra de egos entre oposição x situação e isso é só o que importa. O resto que se foda. De verde e amarelo, de preferência.

A cada dia que passa, eu sinto vergonha de ser brasileira. Sinto nojo. Asco. Repúdio por morar num país destinado a ladrões e pessoas sujas, sem caráter. Pessoas ignorantes. Incapazes de pensar por meio segundo.

Sou a favor da pena de morte e do separatismo. Sou contra o governo do PT.

E se eu fosse católica, diria que iria rezar por todos nós. Mas não sou. E a verdade é que God has left the building.

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Minha visão sobre o Clube das Mulheres

quinta-feira, janeiro 06, 2011
Começou tudo muito descompromissadamente. Bando de mulheres comentando que, para se vingar dos maridos, tinham vontade de ir ao Clube das Mulheres “ficar” com aquele bando de homem gostoso. E como bobeira boa nunca fica só na conversa, elas marcaram. E eu tive que ir.

Muito embora não me arrependa da empreitada, tenho que afirmar que minha visão sobre o aquele cenário todo é bem diferente do que a maioria das pessoas.

O lugar é uma volta, sem escalas, aos anos 1980. A fachada externa da Henrique Schaumann definitivamente não condiz com o que se vê lá dentro. Ao subirmos a escadaria, já é possível sentir que caminhamos rumo ao passado.

O estabelecimento de resume em dois cômodos. Algo como a ante-sala, onde o bar fica às moscas, e a sala principal, onde a ação ocorre. Ambos os recintos são consideravelmente pequenos, ainda mais quando se tem uma passarela no meio, na qual os bonitões ficam desfilando e se despindo.

Durante toda a apresentação, o tal do Manzano (aquele loiro, meio esquisito que estava sempre no não tão saudoso Domingo Legal) fica no canto do palco, falando feito uma matraca: “Clube das Mulheres, é pra você, mulher!”. Por vezes ele solta pérolas como: “Quem é que nunca quis passar a mão na bunda de um guarda rodoviário?!” E com isso confesso que nunca mais olharei os guardas rodoviários da mesma forma.

De resto, as mulheres sentam nas mesinhas de bar minúsculas ao redor do palco e se ocupam em gritar histericamente cada vez que uma de suas fantasias faz qualquer movimento.

Lá se vê de tudo: médico bem novo, policial bem velho, bombeiro com cara de maconheiro, índio cabeleireiro, swat sósia do Vin Diesel, gladiador que carrega duas meninas no braço ao mesmo tempo, o cara da manutenção que se acha o Richard Gere, marinheiro grisalho e cowboy gordo ninfomaníaco. Como eu disse, de tudo!

Mas o grande barato é o respeito e idolatria à mulher que rola ali. Aqueles rapazes ali em cima do palco, têm por profissão, venerar a figura feminina, seja ela magra, gorda, bonita ou feia. E eu acho que é isso que os torna tão desejáveis. Afinal, como diz um grande amigo meu: “Não há nada mais romântico do que o amor de um cafajeste”.

Tudo muito bom, tudo muito bem. Mas eu não comecei a escrever este texto para focar nisso. Meu pensamento, na verdade, é mais uma revolta.

Enquanto as mulheres vão à forra num clube destinado a elas, no qual elas apenas olham os cabras e podem tocar apenas certas partes, sob pena de serem expulsas do recinto, nossos grandes rivais, os homens, vão aos clubes destinados a eles, pintam, bordam e fazem tudo mais o que têm direito com prostitutas/dançarinas/stripers gostosas. Te pergunto então, é justo isso?!

Durante toda a apresentação que vi, fiquei pensando nisso e sentindo dó daquelas noivas que, por serem chamadas para dançar uma dança mecânica, automática com os pseudo gostosões, estavam se sentindo verdadeiras transgressoras, enquanto seus futuros maridos, com certeza, deviam estar com duas na cama ao mesmo tempo.

Mais uma vez, eles ganham de toda nossa astúcia em sermos safadas.

Ponto para os meninos do time azul.
 
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