sexta-feira, janeiro 16, 2009

O preço que se paga

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Estava eu numa reunião hoje de manhã. O assunto era a eterna nova estruturação. Estávamos em quatro mulheres, uma delas, grávida.

Após a exposição das novas hierarquias, voltamos a atenção para a prenha, que está saindo de licença hoje. Ao comentarem sobre ser mãe de primeira viagem, e eu descobrir que as famosas contrações, são na verdade sentidas nas costas e ai me perguntei o porquê de serem retratadas em filmes e novelas como sendo na barriga, elas fizeram algum comparativo com o que aconteceu na novela ontem. Todas riram. Eu fiquei quieta.

Para encerrar a reunião, minha chefe perguntou se restava alguma dúvida. Ao notar meus olhinhos confusos, dirigiu-se a mim:

“- Bruna, alguma pergunta?”

Disse que não. Mas eu tinha. Só que fiquei sem jeito.
O que diabos aconteceu na novela ontem?

terça-feira, janeiro 13, 2009

Sobre a diversidade

terça-feira, janeiro 13, 2009

Eu nunca achei que fosse namorar. Tampouco, me apaixonar. E lá se vão três anos de um relacionamento intenso, repleto de altos e baixo, certezas e inconstâcias.

Durante esse tempo, pensei em casar muitas vezes. Pensava num apartamento bem moderno, jovem, em um bairro ascendente, com TV de plasma na parede, todo decorado com nossa cara. Num tórrido momento, cheguei até a considerar a idéia de ter um rebentinho pendurado na barra da minha saia. Algo como “casa com cerquinha branca” dos dias de hoje.

Não sei bem quando, nem o porquê, mas por fim eu acabei me tocando de que isso não é pra mim. Não que não possa ser, sou eu quem não quer. Tornei-me uma workaholic, que adora o mercado financeiro internacional. Se existe uma visão que se encaixa na minha idéia de futuro, é a de chegar em casa tarde da noite, cheia de pastas, relatórios e estatísticas, comer alguma coisa que o Sam teve a gentileza de deixar no micro e terminar a madrugada tomando uma dose de alguma bebida cara que achei na nossa adega. A casa vai estar um brinco, sim. Mas porque a nossa empregada é boa e organizada.

Há também uma outra possibilidade. Lógico. Sempre há.
Eu posso conseguir o melhor emprego do mundo, o de zelador de uma ilha paradisíaca na Austrália e ganhar US$ 800 por mês.

Mas não foi isso que eu sempre quis. Quando pequena, sonhava em ter vinte e poucos anos e ser mega fotografada no red carpet a caminho de ganhar um Globo de Ouro, ser vizinha do Brad e da Jenn, e ser entrevistada pelo Larry. Mandar beijos pros fans e dizer que eu também os amo.

Note, leitor, de tudo o que foi citado, nada se encaixaria na vala comum.

Acho que tem gente que nasceu pra ir ao Aquário com o maridinho, o filhinho e os cunhadinhos num domingo a tarde.

Eu, não.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Sobre a Reforma Ortográfica

quinta-feira, janeiro 08, 2009
Eu já escrevi sobre este assunto no fim de 2007, quando primeiro se foi falado sobre a real possibilidade de termos alteradas as normas gramaticais tão sofridamente aprendidas nos saudosos tempos colegiais. E como já era esperado de minha parte, e de outrém, minha opinião não mudou. Ainda penso ser uma patacoada, um despautério, um despropósito essa dita reforma ortográfica.

Entenda bem, prezado leitor, não sou uma tradicional extremista que vê com preconceito qualquer tipo de mudança. O que não aceito são atitudes espalhafatosas, e principalmente desnecessárias, de um governo e seus incontáveis ministérios, que deviam ter mais com o que se preocupar. A Constituição ninguém revisa, mas a rica e preciosa língua portuguesa tem que sofrer rebaixamentos para que o povo tenha a falha sensação de algo está sendo feito?

E o pior é que, por mais que nossas autoridades cismem que querer me convencer de que a idéia é padronizar a língua, eu só consigo entender que essa iniciativa irá nivelar por baixo, empobrecendo daquilo que temos de tão bom.

Convenhamos, o português não é fácil. Passamos a vida toda o falando, ouvindo, escrevendo e pensando, e ainda assim cometemos atrocidades com o pobre. Inumeráveis são as palavras que nem sabemos que existe, centenas são as que nem chegaremos a usar durante nosso período de existência. Sim, é uma língua complexa. Suas regras, normas, exceções, seus gêneros, números, modos. Os verbos. Tudo isso deixa um estrangeiro louco. Mas, convenhamos novamente, é uma língua linda. Completa. Sonora. É algo que temos que nos orgulhar, não alterar. Se os outros países que também o falam sentem a necessidade de sua uniformização, eles que se adequem a nós, oras. Ou será que nossos governantes não os julgam capazes o suficiente de aprender as regras de acentuação?

Lembro de ter lido, no começo desse despropósito, que Portugal estava hesitante em assinar o acordo que previa a padronização. Certos eles! A língua, mais do que qualquer outro folclore, é a identidade de um povo, sua cultura. Não se pode sair por aí colocando cabresto e exigindo falas robóticas. Por algum acaso se vê EUA querendo padronizar seu inglês com a Inglaterra? Eu sei que as diferenças de um e outro não são tantas como entre Brasil e Portugal, mas uma coisa eu te garanto, leitor: aprenda inglês americano e vá passar um tempo na Inglaterra que esses pequenos detalhes passarão a ser um continente de impossibilidades.

O senhor Marcos Vilaça, presidente da Academia Brasileira de Letras, afirmou: "Hoje, é preciso redigir dois documentos nas entidades internacionais: com a grafia de Portugal e do Brasil. Não faz sentido". Pois eu responderia aos redatores: “Ora, deixem de preguiça!”

Mas para provar que não sou tão inflexível quanto aparento, confesso que de todas as mudanças, achei interessante a inclusão do hífen em casos que o primeiro elemento termine com a letra da mesma classe que começa o segundo.

E para provar que essa reformar apenas emburre e não simplifica a língua, lê-se em suas novas regras: “Prefixos como ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró e vice seguem regras específicas e podem exigir ou não o uso do hífen”.

Então, tá, obrigada. Não ajudou em nada.
 
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