quinta-feira, março 29, 2007

Sobre não ser nobre.

quinta-feira, março 29, 2007
Se tem uma coisa que me deixa enraivecida é ter que dar lugar pra velho dentro do ônibus.

Chamem-me de egoísta, mesquinha, bunda-gorda, não cidadã, o que for! E provavelmente tudo será verdade, mas pelo menos eu falo o que penso.

Há dois dias atrás eu fiquei realmente possessa dentro do coletivo. Porra, mais da metade dos bancos dos ônibus que eu pego são reservados para idosos. Acho isso um despautério! Eu geralmente me apresso em meus afazeres para poder ir sentadinha nos ônibus, afinal, eu durmo uma base de 4h e meia por noite, acho bem justo que eu possa dar uma cochilada a caminho da faculdade. Aí, não mais que de repente, surge um velho decrépito que devia estar na praça dando arroz pra pombo e se vê no direito de me fazer levantar pra que ele possa ir confortável.

Caralho, ele é velho mas eu carrego vários quilos numa mochila diariamente e, acreditem, não é porque eu quero!

Se ele tem o direito de "descansar", oras, eu também tenho. E quando digo eu, refiro-me aos milhares de estudantes desafortunados como eu que trabalham 10h por dia pra poder pagar uma faculdade. (E se vier com comentário do tipo: "Ainda sim você é sortuda", eu vou mandar à merda!).

Sabe, se as pessoas se importam tanto com o direito dos vôzinhos terem um certo conforto, penso que deveriam é colocar ônibus especial pra quem tivesse mais do que 60 anos. Se é pra fazer, faça direito. Assim, eles não ocupam nosso lugar, e nós não roubamos os deles.

Porém, acho que não devo me preocupar com isso. Muito provavelmente, em breve, não haverão mais idosos. Sim, porque com o estilo de vida que jovens como eu estão levando, saúde é coisa lendária e a estimativa de vida será por volta dos cinqüenta anos.

Rezemos, pois.

terça-feira, março 13, 2007

Quem espera sempre alcança...o quê?

terça-feira, março 13, 2007
Há algum tempo venho pensando na importância do relógio em minha vida. Esse "minha" pode ser entendido como "nossa", e o "nossa" pode ser aplicado a grande parte dos paulistanos.

A questão é que eu vivo esperando. Vivo olhando no relógio esperando que os ponteiros (ponteiros, nada! Eu só sei ver hora em relógio digital) ansiando arduamente por determinada combinação numérica.

Acordo no meio da noite não querendo ver 5h15, mas a hora chega. Faço o que tenho que fazer e então, espero 5h50, hora do ônibus passar. Entro no coletivo e espero a hora de entrar no próximo. Entro no próximo e espero a hora de entrar na empresa.

Chego na empresa e espero a hora do almoço, ou a hora de usar o pc do meu pai que não possui bloqueios. Depois, espero mais do que avidamente a melhor hora do dia, 16h48, que é quando vou embora.

Em seguida, vem mais espera. Espero o ônibus que me leva pra faculdade. Lá, espero que a aula comece e logo que começa, espero que acabe. Quando acaba, espero que a outra comece para então, esperar que acabe também.

Outra combinação mágica no meu dia é 22h30, quando acaba efetivamente, o dia útil pra mim. Daí então, segue a espera pelo metrô, a espera por chegar em casa e, finalmente, a espera pelo sono.

Porém, há ainda a espera em maior escala, que é quando contamos a vida através dos meses - visando sempre o dia do pagamento -, ou dos semestres - querendo que o período letivo se encerre.

Minha pergunta, entretanto, é bem simples: quando é que vou parar de esperar e começar a aproveitar o momento que estou vivendo? Quando é que vou afirmar que o presente é uma dádiva? Quando é que nos vai ser permitido aproveitar - literalmente as 12h17m do dia 12/03/07, uma segunda feira, sem ter que desejar estar em outro momento de nossa vida?

E é claro que toda essa espera ao longo do dia se dá à uma espera maior, a espera pelo final de semana - que eu sempre espero que nunca acabe.

Depois ainda se surpreendem ao notarem que a vida passa rápido. Quando menos esperamos, estamos esperando a morte.

segunda-feira, março 12, 2007

Sobre dores eternas.

segunda-feira, março 12, 2007
Escrevendo um post no meu fotolog, me veio uma frase à cabeça que me pareceu mais verdade do que todas as verdades que eu já ouvi até hoje.

Há dores que são eternas.

Sim, não importa o quanto lutemos contra elas, algumas feridas simplesmente não cicatrizam e, para certos assuntos, as lágrimas não secam.

Eu apaguei todos os e-mails que pudessem me lembrar - direta ou indiretamente - sobre traição que sofri ano passado. Sim, aquela que tirou meu chão, roubou meu ar e me deixou caída, agonizando em qualquer sarjeta. Mas o Sr. Acaso - intermediário de Deus e ora do Diabo - fez questão de me fazer achar, mais uma vez, o history do msn, os e-mails e a explicação mentirosa.

A confirmação de que estavam se viciando um ao outro, os encontros marcados, os infindáveis apelidos de "linda" e "amor", as ligações, a troca de testemunhos pelo Orkut, ele passando a senha de seu e-mail pra ela, o final "amo-te".

Todas essas coisas, leitor, ainda me causam as mesmas náuseas que senti outrora. Ainda sinto o estômago revirar, coração acelerar, o punho fechar, a tremedeira. Meus pensamentos se misturam à lagrimas, a pressão sobre o pescoço se faz mais forte e eu me torno um simples resquício de tudo que um dia eu fui.

Em três meses tudo isso completa um ano. Ainda sinto o idiota latejando em minha testa. O telefone acabou de tocar, era ele. Eu não atendi. Não quero atender. Acho que o perdão nesse caso, nunca será completo.

Melhor não perdoar, então, não é mesmo?! E eu juro que só queria esquecer.

A aliança sai do dedo, não sei se quero que ela volte dessa vez.

sexta-feira, março 09, 2007

Alleine Zu Zweit

sexta-feira, março 09, 2007
E por agora, eu vos deixo na companhia destes que ficaram comigo insistentemente nos últimos dias. E há certas coisas que, de cara, a gente vê que vêm para ficar.

terça-feira, março 06, 2007

A BusTv

terça-feira, março 06, 2007
Não sei se já é sabido de todos e também não sei há quanto tempo, o fato é que em alguns ônibus da região metropolitana da Sampa City, estão sendo testadas televisões. Isso mesmo, tevês como em ônibus de viagens longas.

Vi um desses testes segunda feira passada e aquilo realmente me intrigou. Primeiro porque, quando vi, fiquei espantada e queria comentar com alguém, porém, nenhum dos presentes naquele coletivo demonstrou qualquer tipo de excitação. Acabei me contagiando pelo desânimo deles e adormeci. Quando acordei, já na av. Paulista, pude perceber que os recém chegados estavam alvoroçadíssimos pela presença daquele novo aparelho. E, de cara, ouvi o comentário que eu tinha certeza que ouviria: "-Tanta coisa pra melhorar, e eles vão colocar tv no ônibus!"

Oras - fiquei eu pensando - é verdade que há muito há se melhorar, mas será que colocar um entretenimento com programação específica pra quem está preso no trânsito já não é um sinal de melhora? Deviam colocar mais ônibus circulando, é verdade, mas isso não resolveria em nada. O problema dessa cidade definitivamente não é falta de locomoção, e sim, o número excessivo de pessoas que vivem nela. Fora que, a tal programação feita especialmente para quem está no trânsito - perdoem-me se eu estiver falando besteira - gera mais empregos, não é mesmo?! E, ao meu ver, isso é uma coisa boa.

Não estou dizendo que a tal BusTv seja a resposta às nossas preces, até porque isso de implementar uma televisão sem ao menos darem a opção de ouvi-la ou não, me parece um pouco ditatorial, e em certo ponto, é alienatório, mas ainda sim, prefiro dispensar minha atenção com um programa de tv do que ficar apreciando o trânsito - ou as vitrines - infindáveis da Rua Augusta.


Foto tirada por mim.

E não se pode dizer que nada tem acontecido, ontem percebi que na linha que pego pra ir pra faculdade, a Paraíso / Alguma coisa, havia ar condicionado funcionando e potente!

 
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