domingo, janeiro 23, 2011

Sobre Amizade

domingo, janeiro 23, 2011

Há certo tempo que penso em escrever sobre amizade. Há certo tempo que penso em escrever sobre o Dog e o Coxa. E como um assunto está intrinsecamente conectado ao outro, por que não juntar os dois temas em um único post? Vamos ver no que dá.

Há alguns meses o Dog me ligou (ou será que escreveu?) dizendo que viria passar mais de um mês no Brasil. Como sempre, esse tipo de notícia é recebida por mim com pulos, gritos e sorrisos.

Creio que eu o conheça a cerca de oito anos, assim como todos os outros integrantes do AEIOU, mas sobre isso eu não me predisponho a escrever. Pelo menos, não agora.

A questão é que, em oito anos que o conheço o Dog (o O do AEIOU) passamos juntos efetivamente três, pois há cinco anos que ele mora fora do Brasil. Entenda, leitor, que eu nunca me opus ao fato dele querer deixar o país até porque partilho da mesma vontade. Muito pelo contrário, lembro como se fosse ontem, ele chegando aqui em casa e me contando sobre seus planos de ir embora. Eu sempre o apoiei. E apoio até hoje.

Porém, toda vez que ele vem e depois se vai, fica um vazio tão grande que me faz chorar todas as noites e ter dúvidas se eu realmente quero levantar da cama ao acordar.

Explico.

O que o Dog e o Coxa representam para mim (assim como algumas outras pessoas representam ou algum dia representaram) é o mais puro sentimento de amizade altruísta que eu já experimentei. Não há competição, não há intriga, não há rixa. Há apenas amor e idolatria. Eles representam para mim aquilo que procurei minha vida inteira e que só achei neles: amigos por amizade e não por oportunidade. Amigos que estão com você porque querem estar com você e não porque lhes convém.

É claro que este tipo de sentimento, por mais perfeito que seja, não pode se aplicado a todos os relacionamentos, caso contrario você terminaria com apenas um ou dois amigos numa vida inteira, posto que o ser humano é composto de sentimentos falhos como inveja, ciúmes e competitividade. Porém, penso que, se durante seu período de vida você encontrar alguém que te faça sentir assim, abrace essa pessoa o máximo que você conseguir e guarde-a dentro do seu coração.

Falar que essas pessoinhas especiais são meus amigos é pouco. Não expressa o que eles realmente significam. Eles são parte de mim. Formaram minha personalidade. Mesmo que eles nunca mais lembrem de mim, me desprezem ou ignorem, eu os carregarei para sempre comigo porque os amo com toda a minha alma.

Das coisas que sinto falta quando ele se vai
É fácil estar com eles. Pode parecer piegas, mas eles me completam. Qualquer outra coisa, balada, aventura, viagem, uma tarde de domingo que seja, fica extremamente longa e cansativa se eles não estão comigo.

É como se uma parte de mim estivesse na Alemanha e outra parte em Londres.

Quando eles vêem, eu faço de tudo para estar com eles. Porque, quando eles vão, eu sempre fico assim, meio sozinha. Perdida. Contando os dias até o próximo encontro.

As pessoas nem sempre (na verdade, quase nunca) entendem isso. Minha única resposta é: se um dia você tiver seu melhor amigo morando em outro continente, a gente senta e conversa.

Esse texto não nada parecido com o que estava na minha cabeça há dias. Mas com o core meio bagunçado e saudosista, foi o que acabou saindo. Prometo melhorar da próxima vez que falar sobre o tema. Ou sobre as pessoas.

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Sobre o orgulho de ser brasileira (2)

sexta-feira, janeiro 14, 2011
Que mundo é esse que a gente vive? Ou melhor dizendo, que porra de país é esse no qual vivemos?

Nós não temos segurança, não temos saúde, não temos educação. O Brasil não tem merda nenhuma. Não tem um povo caloroso, não tem cenários paradisíacos, não está livre das desgraças naturais. Vamos parar de achar que a gente vive numa terra abençoada por Deus e bonita por natureza?!

O sinônimo do Brasil é o caos. Nossa situação está lastimável. Sobrevivemos em condições precárias, nas quais somos assaltados na porta de casa. Um dito ser humano, simplesmente se aproxima e decide que quer as suas coisas. Ele quer o celular que você pensou três meses antes de efetuar a compra parcelada; ele quer o dinheiro que você tem na carteira, mesmo que sejam poucos reais; ele quer o computador que você usa para trabalhar; ele quer o carro que você se endividou para ter. São apenas bens materiais, mas são seus. E ele decide que os quer. E toma a força.

Engraçado como o bullying tem sido tão combatido nas escolas, criando-se até sua vertente virtual, o cyberbullying e a violência nas ruas tem sido deixada de lado pelas ditas autoridades.

Será que o nosso crime é querer ter coisas bonitas? Será que sou um ser humano desprezível porque trabalho e compro todos os gadgets que tenho vontade de possuir? Será que só porque você escolhe o caminho errado, eu também devo segui-lo?

O Brasil me dá vergonha. Náuseas. E os brasileiros só aumentam esse sentimento podre dentro de mim.

Nosso país é o “país de todos”. De todos os ladrões. Se for um salafrário internacional, então, venha pra cá! Te daremos asilo, alimento, vestimenta e proteção. Se for um pé-de-chinelo, não se acanhe! Te daremos nossas carteiras e celulares. Afinal, o Brasil é mesmo o celeiro do mundo. A pena é que apenas cultivamos ladrões e assassinos.

Triste pensar que um estudante não tem subsídios. Um trabalhador não tem direitos. Mas um preso tem indulto. Claro, afinal, são seres humanos. Ser humano é o caralho! Alguém que ameaça um outro alguém com uma arma, seja branca ou de fogo, não é um ser humano. É um monstro que merece ser empalado.

Nutro profundo ódio por tais atitudes invasivas. Tanto, que não pensaria duas vezes antes de decapitar um meliante se eu tivesse a chance.

Gostaria de ter contato com a gerência da Apple, da Hyundai, da Subaru e de qualquer outra grande marca para falar: “Então, brother, não traga seus produtos pro Brasil, não. Indiretamente, vocês só estão incitando nossos criminosos. Levem sua mercadoria para países civilizados, nos quais apenas pessoas de bem, que pagam impostos e pagarão pelos produtos, poderão usufruir dos benefícios daquilo que vocês vendem! Por favor.”

No Brasil, apenas os ladrões têm oportunidade. Ou os vagabundos, que trepam desenfreadamente e depois atribuem ao governo a responsabilidade de cuidar de suas crias fétidas. O que há pra se orgulhar dessa merda, mesmo?!

Quem pensa que com a Dilma esse cenário vai mudar, pense de novo. O Lula não fez porra nenhuma pelo Brasil a não ser instaurar mais ainda a política do assistencialismo, você realmente acha que essa senhora vai fazer algo diferente? Essa galera toda não consegue nem controlar sua própria vida, como é que vão controlar um país?

Nossas cidades estão hoje sendo açoitadas pelas chuvas. O que, aliás,me remete ao pensamento: “Que maravilha, não temos tornados nem vulcões!” Sim, porque o estrago que estamos vendo, com mais de 250 mortos no Rio de Janeiro em 3 dias é realmente uma cena paradisíaca... Povo burro! Lento! E burro mais algumas vezes.

Mas enfim, há quantos verões nós não estamos passando pelos mesmos problemas? Posso estar errada, mas essa mesma situação não aconteceu também em Janeiro de 2010? Não foram centenas de mortos e desabamentos no Brasil inteiro, para qual as partes menos afestadas reuniram esforços e mandaram dinheiro e mantimento para ajudar as vítimas? Ah, então...pois é. E agora, o cenário se repete. E novamente, lá vamos todos juntar a grana que o assaltante não levou para darmos aos nossos conterrâneos necessitados. Claro, porque, se deixarmos na mão do governo, aí é que veremos o que é um genocídio disfarçado de acidente natural.

Se nossos governantes quisessem ter feito algo, eles teriam feito. Eles estariam fazendo. Ou pelo menos, fingindo. O problema é que eles estão pouco se fudendo para a população brasileira. Travaram uma guerra de egos entre oposição x situação e isso é só o que importa. O resto que se foda. De verde e amarelo, de preferência.

A cada dia que passa, eu sinto vergonha de ser brasileira. Sinto nojo. Asco. Repúdio por morar num país destinado a ladrões e pessoas sujas, sem caráter. Pessoas ignorantes. Incapazes de pensar por meio segundo.

Sou a favor da pena de morte e do separatismo. Sou contra o governo do PT.

E se eu fosse católica, diria que iria rezar por todos nós. Mas não sou. E a verdade é que God has left the building.

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Minha visão sobre o Clube das Mulheres

quinta-feira, janeiro 06, 2011
Começou tudo muito descompromissadamente. Bando de mulheres comentando que, para se vingar dos maridos, tinham vontade de ir ao Clube das Mulheres “ficar” com aquele bando de homem gostoso. E como bobeira boa nunca fica só na conversa, elas marcaram. E eu tive que ir.

Muito embora não me arrependa da empreitada, tenho que afirmar que minha visão sobre o aquele cenário todo é bem diferente do que a maioria das pessoas.

O lugar é uma volta, sem escalas, aos anos 1980. A fachada externa da Henrique Schaumann definitivamente não condiz com o que se vê lá dentro. Ao subirmos a escadaria, já é possível sentir que caminhamos rumo ao passado.

O estabelecimento de resume em dois cômodos. Algo como a ante-sala, onde o bar fica às moscas, e a sala principal, onde a ação ocorre. Ambos os recintos são consideravelmente pequenos, ainda mais quando se tem uma passarela no meio, na qual os bonitões ficam desfilando e se despindo.

Durante toda a apresentação, o tal do Manzano (aquele loiro, meio esquisito que estava sempre no não tão saudoso Domingo Legal) fica no canto do palco, falando feito uma matraca: “Clube das Mulheres, é pra você, mulher!”. Por vezes ele solta pérolas como: “Quem é que nunca quis passar a mão na bunda de um guarda rodoviário?!” E com isso confesso que nunca mais olharei os guardas rodoviários da mesma forma.

De resto, as mulheres sentam nas mesinhas de bar minúsculas ao redor do palco e se ocupam em gritar histericamente cada vez que uma de suas fantasias faz qualquer movimento.

Lá se vê de tudo: médico bem novo, policial bem velho, bombeiro com cara de maconheiro, índio cabeleireiro, swat sósia do Vin Diesel, gladiador que carrega duas meninas no braço ao mesmo tempo, o cara da manutenção que se acha o Richard Gere, marinheiro grisalho e cowboy gordo ninfomaníaco. Como eu disse, de tudo!

Mas o grande barato é o respeito e idolatria à mulher que rola ali. Aqueles rapazes ali em cima do palco, têm por profissão, venerar a figura feminina, seja ela magra, gorda, bonita ou feia. E eu acho que é isso que os torna tão desejáveis. Afinal, como diz um grande amigo meu: “Não há nada mais romântico do que o amor de um cafajeste”.

Tudo muito bom, tudo muito bem. Mas eu não comecei a escrever este texto para focar nisso. Meu pensamento, na verdade, é mais uma revolta.

Enquanto as mulheres vão à forra num clube destinado a elas, no qual elas apenas olham os cabras e podem tocar apenas certas partes, sob pena de serem expulsas do recinto, nossos grandes rivais, os homens, vão aos clubes destinados a eles, pintam, bordam e fazem tudo mais o que têm direito com prostitutas/dançarinas/stripers gostosas. Te pergunto então, é justo isso?!

Durante toda a apresentação que vi, fiquei pensando nisso e sentindo dó daquelas noivas que, por serem chamadas para dançar uma dança mecânica, automática com os pseudo gostosões, estavam se sentindo verdadeiras transgressoras, enquanto seus futuros maridos, com certeza, deviam estar com duas na cama ao mesmo tempo.

Mais uma vez, eles ganham de toda nossa astúcia em sermos safadas.

Ponto para os meninos do time azul.
 
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