quinta-feira, janeiro 06, 2011

Minha visão sobre o Clube das Mulheres

quinta-feira, janeiro 06, 2011
Começou tudo muito descompromissadamente. Bando de mulheres comentando que, para se vingar dos maridos, tinham vontade de ir ao Clube das Mulheres “ficar” com aquele bando de homem gostoso. E como bobeira boa nunca fica só na conversa, elas marcaram. E eu tive que ir.

Muito embora não me arrependa da empreitada, tenho que afirmar que minha visão sobre o aquele cenário todo é bem diferente do que a maioria das pessoas.

O lugar é uma volta, sem escalas, aos anos 1980. A fachada externa da Henrique Schaumann definitivamente não condiz com o que se vê lá dentro. Ao subirmos a escadaria, já é possível sentir que caminhamos rumo ao passado.

O estabelecimento de resume em dois cômodos. Algo como a ante-sala, onde o bar fica às moscas, e a sala principal, onde a ação ocorre. Ambos os recintos são consideravelmente pequenos, ainda mais quando se tem uma passarela no meio, na qual os bonitões ficam desfilando e se despindo.

Durante toda a apresentação, o tal do Manzano (aquele loiro, meio esquisito que estava sempre no não tão saudoso Domingo Legal) fica no canto do palco, falando feito uma matraca: “Clube das Mulheres, é pra você, mulher!”. Por vezes ele solta pérolas como: “Quem é que nunca quis passar a mão na bunda de um guarda rodoviário?!” E com isso confesso que nunca mais olharei os guardas rodoviários da mesma forma.

De resto, as mulheres sentam nas mesinhas de bar minúsculas ao redor do palco e se ocupam em gritar histericamente cada vez que uma de suas fantasias faz qualquer movimento.

Lá se vê de tudo: médico bem novo, policial bem velho, bombeiro com cara de maconheiro, índio cabeleireiro, swat sósia do Vin Diesel, gladiador que carrega duas meninas no braço ao mesmo tempo, o cara da manutenção que se acha o Richard Gere, marinheiro grisalho e cowboy gordo ninfomaníaco. Como eu disse, de tudo!

Mas o grande barato é o respeito e idolatria à mulher que rola ali. Aqueles rapazes ali em cima do palco, têm por profissão, venerar a figura feminina, seja ela magra, gorda, bonita ou feia. E eu acho que é isso que os torna tão desejáveis. Afinal, como diz um grande amigo meu: “Não há nada mais romântico do que o amor de um cafajeste”.

Tudo muito bom, tudo muito bem. Mas eu não comecei a escrever este texto para focar nisso. Meu pensamento, na verdade, é mais uma revolta.

Enquanto as mulheres vão à forra num clube destinado a elas, no qual elas apenas olham os cabras e podem tocar apenas certas partes, sob pena de serem expulsas do recinto, nossos grandes rivais, os homens, vão aos clubes destinados a eles, pintam, bordam e fazem tudo mais o que têm direito com prostitutas/dançarinas/stripers gostosas. Te pergunto então, é justo isso?!

Durante toda a apresentação que vi, fiquei pensando nisso e sentindo dó daquelas noivas que, por serem chamadas para dançar uma dança mecânica, automática com os pseudo gostosões, estavam se sentindo verdadeiras transgressoras, enquanto seus futuros maridos, com certeza, deviam estar com duas na cama ao mesmo tempo.

Mais uma vez, eles ganham de toda nossa astúcia em sermos safadas.

Ponto para os meninos do time azul.

1 comentários:

Hellen Goveia disse...

Concordo e respondo que não é justo nós mulheres sermos "barradas" enquanto os homens aprontam de tdo nessa vida...

 
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