segunda-feira, julho 04, 2011

Sobre ela

segunda-feira, julho 04, 2011
Mulher é um bicho complicado por dezenas de razões. Uma delas, é a competitividade.

Mulheres querem sempre ser melhores do que as outras, mais bonitas, mais magras, mais interessantes. Elas sempre querem ser escolhidas pelos homens. Não sei até que ponto isso é normal, mas posso garantir que é corriqueiro. Quando essa rivalidade se abranda e toma um lugar secundário no relacionamento de duas mulheres, pode-se dizer que elas se tornaram amigas. E com o passar do tempo, quanto mais elas descobrem afinidades e demonstram cumplicidade, mais essa mania de superioridade vai dando lugar a sentimentos e ações mais altruístas.

Contudo, minha pequenez me faz acreditar que a tal rivalidade inicial nunca deixa o convívio dessas duas mulheres. Ela abranda, sim. Mas nunca as deixa por completo.

Com o tempo, ninharias como o uso constante de uma palavra ou expressão, um certo jeito de mexer no cabelo, o uso de algum acessório ou estilo de roupa certamente será caracterizado como cópia. Ou seja, se minha amiga de anos está se comportando de tal forma parecida com a minha é porque ela está me imitando.

E ser copiada pelas amigas sem receber crédito é algo que mulher nenhuma aceita. Principalmente se ela receber elogios e você não.

Eu tenho uma amiga de anos. Uma amiga que poderia ser acusada e me acusar de todos os mimetismos mencionados acima se não fosse por um único detalhe: ela não parece comigo. Ela me é.

Digo isso sem o menor medo de parecer exagerada. Afinal, estando juntas ou separadas, pensamos igual, agimos igual, nos vestimos de forma parecida e, o que considero mais peculiar: nós sentimos igual.

Particularmente, acho que nossas diferenças são gritantes, mas não aos olhos do mundo. Eu começo uma frase e ela termina; eu conto um fato e ela faz as mesmas perguntas que eu fiz; se me faltam palavras para explicar, o olhar completa e ela entende; me sinto ridícula por me apaixonar por um personagem mas me tranqüila saber que ela também se apaixona... e pelo mesmo personagem.

Acho que de tudo que poderia falar sobre ela um dia, jamais a acusaria de plágio. Se hoje uma de nós falar que gosta de algo e a outra passar a gostar desse algo certo tempo depois, não será cópia. Será apenas pelo fato de a retardatária não ter conhecido esse algo antes.

Desnecessário dizer o quão feliz eu me sinto por ter encontrado alguém como eu no mundo. E ela mora em frente a minha casa.

Sorte é para poucos.

[interna]
 
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