domingo, junho 12, 2011

.Impressões

domingo, junho 12, 2011
Ok e então, eu terminei de ler “Amanhecer”.

Desde que a Saga Crepúsculo me foi apresentada, menos de um ano se passou. Ganhei os livros de presente em Agosto de 2010, e, depois de ler o primeiro, decidi que os outros teriam que esperar pela minha maturidade emocional. Drama? Não. Autoconhecimento.

Meu irmão e eu sempre brincamos com o fato de sermos suscetíveis demais. Quando assistíamos a um filme de boxe, queríamos ser boxeadores; quando assistíamos a um filme de dança, queríamos ser dançarinos e assim por diante. É claro que, ao entrar num mundo vampírico, que já é uma paixão há décadas, minha vontade seria ainda mais forte de pertencer a este mundo sombrio e, às vezes, minha sanidade precisa de hiatos maiores para se fazer presente.

Pois bem, minha amiga-introdutória-ao-mundo-no-qual-os-vampiros-brilham bem alertou de que o último livro da saga seria péssimo. E, de fato, foi. Bom, eu não necessariamente classificaria como péssimo, mas estranhamente atípico.

Stephenie Meyer tem sido um enigma para mim há dois meses (tempo que levei para ler os últimos três livros). Eu juro que gostaria de sentar com ela e perguntar de onde veio tanta baboseira. Sério! Será que veio tudo junto, numa diarreia só, ou será que ela cozinhou tudo por mais tempo?

Eu entendi que o amor de um imprinting é extremamente puro e altruísta, mas não consigo deixar de ligar um imprinting com um bebê à pedofilia. Desculpe, acho que sou muito suja por pensar assim. Mas é apenas porque eu sei como o mundo funciona. E os hormônios também.

Esse amor doentio e dependente de Edward e Bella é a coisa mais linda do mundo. Principalmente, porque ele não existe. E fazer com que as pessoas fantasiem com ele é de uma crueldade sem tamanho.

Vampiros são vampiros e super heróis são super heróis. Nossa querida autora perdeu a mão ao tentar criar sua própria liga de X-Men (como caracterizou minha amiga-introdutória-ao-mundo-no-qual-os-vampiros-brilham) e a segunda parte do livro ficou absolutamente jocosa!

Eu tenho respeito por autores que respeitam seus personagens, que pensam neles como seres viventes. Sei que Anne Rice pensa assim. Eu mesma, em minha ínfima existência, tento ser assim. Já a “rainha do fantástico”, a Sra. Meyer brinca com seus personagens de maneira cruel. Ora eles amam, ora não amam mais. Ora sofrem um oceano de mágoas e, no momento seguinte, estão felizes eternamente. Ora são os salvadores do mundo, e dali a um ou dois capítulos, aparecem em segundo plano, como piada de fundo. Não. Eu não gosto disso.

Quanto às aberrações como uma humana engravidar de um vampiro, sobreviver à gestação  ou mesmo o bebê que já nasce com super poderes e de crescimento super acelerado, eu não vou comentar. Acho isso profundamente desrespeitoso com toda a classe que idolatra o mundo vampírico, mas faço um esforço de atribuir isso à licença poética.

Contudo, se há algo de bom a ser dito sobre os livros de Stephenie Meyer e sobre sua maneira de escrever, eu diria que é como ela se expressa a respeito da dor emocional. Sei que sou muito empática, o que certamente agravou a intensidade com que li a saga inteira, mas admito que chorei em todos os momentos que Bella Swan sofreu por Edward Cullen; me dividi todas as vezes que ela não sabia a quem escolher e me afoguei em falta de ar toda vez que Jacob Black se dilacerava por Bella.

É chato pensar que Stephenie Meyer usurpou o lugar que ocupa hoje. E ai, lembro-me de um trecho de uma música do Within Temptation: “If I don’t make it, someone else will”.
 
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