quarta-feira, março 09, 2011

Análise Metafórica sobre o Estado Consciente do Ser

quarta-feira, março 09, 2011
Dia desses, estava eu tomando banho feliz da vida, como sempre. Inicio sempre com uma abundante quantidade de água nos cabelos, que por serem compridos, requerem muitos cuidados. Segui minha rotina aplicando shampoo seguido de condicionador. Na seqüência, e antes da aplicação do creme de hidratação profunda, notei haver uma pequena mariposinha no local onde guardamos os apetrechos cabelísticos. Ela não tinha mais do que dois centímetros e estava parada, inerte, bem no meio da caixa organizadora.

Meu primeiro ímpeto foi o de pegar o chuveirinho e afogar a coisa feia em água corrente. Mas, no meio da ação, parei e analisei a situação. A pobrezinha não estava fazendo absolutamente nada de mal para mim. Não me ameaçou, nem voou, nem nada. Por que diabos eu haveria de tirar a vida daquele bichinho que, embora feio, não me era prejudicial?

Tentei seguir meu banho calmamente. Mas isso também não aconteceu. A todo momento, eu virava para ver se a bichinha ainda estava ali. E estava. Mas não importava, não tive mais sossego no banho. Toda hora eu achava que ela ia voar para cima de mim. Reduzi, consideravelmente, o horário do banho. E saí, o quanto antes, do banheiro.

Uma vez que abrimos a mente para o maior, impossível voltar ao estado anterior, quando o menor nos era suficiente.

2 comentários:

R. disse...

Me lembrou Brás Cubas e sua reflexão sobre as borboletas, em que ele mata a borboleta preta e fica se perguntando se ela fosse bonita, se fosse azul, ela sofreria o mesmo destino. Talvez se ela fosse azul ele a espetasse com um alfinete e a guardasse pra posteridade, mas, com ctza, seria melhor pra bichinha se ela nascesse azul... Brás e suas filosofias... Meu livro de cabeceira.

Paulo disse...

Muito bom ter você de volta!

E logo de cara fiquei com vontade de "emprestar" essa sua ideia para uma crônica. ;)

Beijo!

 
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