sexta-feira, novembro 14, 2008

Sobre relacionamentos

sexta-feira, novembro 14, 2008
Eu gostaria de entender qual o fenômeno que atinge os casais depois de certo tempo. Normal e estranhamente, os homens são as maiores vítimas, mas as mulheres são as mais prejudicadas.

O indivíduo leva uma vida normal. Trabalha. Estuda. Sai de balada com os amigos. Bebe. Paradoxalmente, ele faz tudo isso afim de encontrar sua musa inspiradora, aquela que será sua companheira, que o prenderá em casa e será mãe de seus filhos. E ele encontra. Logo, estão jurando amor, fidelidade e todas aquelas baboseiras que já escrevi sobre neste mesmo blog.

No ápice do início do namoro, os corpos de ambos estão em plena forma. E com o nervosismo que envolve qualquer relacionamento novo, eles até chegam a emagrecer. E com o constante sexo, os músculos se enrijecem.

Passada a fase da conquista, e por consequência a ansiedade, o casal assume uma postura sedentária, acomodada. E o que aparece então? A barriga. Quem é a vítima? O homem. Quem sofre? A mulher.

Às vezes, acontece o contrário. A mulher estribucha de vez enquanto o homem se mantém em ordem, fazendo, é claro, com que o relacionamento dure muito menos do que quando ele enfeiece, afinal, a mulher é muito mais apegada ao interior, à personalidade, carinho e jeito do que o homem.

Daí, se algo dá errado (e provavelmente o errado será proporcional ao tamanho da barriga) e o casal se separa, em questão de dias, aquele que se assemelhava a uma bola, logo retorna a sua forma inicial, com músculos proeminentes, coxas torneadas e aquele que devia ser o lugar de qualquer mulher: o tanquinho.

Com sua nova silhueta, o indivíduo volta à vida de baladeiro, sai, toca o puteiro e por fim, encontra um novo amor, que vai torná-lo um sedentário e o resto já disse.

Pergunta: por quê diabos não nos cuidamos para aquela pessoa que amamos? Por que acabamos por menosprezar aqueles que estão ao nosso lado diariamente, achando que tudo faz parte da vala comum e tendemos a idolatrar o que vem de fora, que não sabe o que se passa e, obviamente, não se importa?

Uma vez, minha professora de português (que me transformou no monstro que sou) me contou uma história que nunca esqueci. Ao agendar uma consulta com seu dentista e amigo pessoal, ela pediu apenas cinco minutinhos do seu dia, um encaixe rápido, afinal, eles eram amigos e ela não se importaria. Ao que ele respondeu: “Justamente por você ser minha amiga é que eu tenho que reservar um horário especial para você. Cinco minutinhos eu deixo para os outros”.

O que estou querendo dizer é que todos os relacionamentos, fraterno ou não, estarão fadados ao fracasso caso não aprendamos a nos cuidar e cuidar dos outros.

Manter o corpo em ordem, a barba feita, o cabelo aparado, unhas em dia, pernas depiladas, sobrancelhas desenhadas, os dentes escovados e por assim vai, é algo que vai além da higiene e estética. Afinal, sua namorada pode te amar o quanto for, mas nada sobrevive ao relaxo. Não é só a maneira como você se apresenta aos outros, é como ela também vai te apresentar ao ciclo dela. E nesse ramo, leitor, a conquista deve ser eterna.

Todas nós gostamos quando nossos namorados são elogiados. E ver algumas suspirando por vocês, além do ciúme, dá uma sensação de poder inigualável, que será muito gratificante para os senhores na hora do sexo. Acredite.

É óbvio que ninguém está impecável o tempo todo. E até nisso mora um charme, afinal, privilegiados são os olhos que presenciam o outro de pijama, naquele bocejo estrondoso, ou num momento constrangedor qualquer. Isso dá a sensação de intimidade. Aquele defeitinho que só você conhece. E não a cueca furada que a rua inteira tem ciência.

3 comentários:

Paulo disse...

Na minha opinião, as pessoas se acomodam (principalmente os homens) por causa da necessidade de caça inerente à raça. Quando o sentimento de já ter conquistado alguém começa a se espalhar pela consciencia do bicho-homem, não há mais motivo para se cuidar. Afinal, todo aquele cuidado tem um único motivo, a conquista.

Eu vejo muito casal dando muito certo por isso, em nenhum momento eles deixam a segurança tomar conta do relacionamento. Sempre existe um desequilíbrio, de uma parte ou de outra. E isso mantém a chama acesa, incluindo a cuidado em estar sempre impecável.

Just my 2 cents.

Beijos!

Escarlat disse...

Falou tudo!!
O pior é quando o relaxo não é com a aparência mas sim com o próprio relacionamento (rotinas).

Boa semana

R. disse...

Comigo ocorre exatamente o contrário, sabia? Quando tou com alguém que gosto me cuido pra não perder. É o famoso, quem gosta cuida e o cuidar é amplo, né? Agora, quando não tou com ninguém, ah o relaxo! Ainda bem que meu metabolismo é veloz e ao menos engordar não engordo!

Bjs

 
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