quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Eles não sabem quem são...

quarta-feira, fevereiro 14, 2007
...mas me são importantes de alguma forma.

Há algumas semanas, descobri que tenho ovário poliscístico, que entre outras coisas, me gera cólicas fortíssimas. E ontem foi mais um dia em que as ditas resolveram me atacar.

Depois de tomar alguns remédios que conseguiram me fazer ficar de pé novamente, fui até a clínica médica, confesso, em busca de um atestado para não perder o dia útil. E como já virou costume, fui sozinha.

Enquanto esperava a Dra. Márcia me atender, encontrei um antigo atendente que agora está trabalhando na parte de laboratório. Acho que ele deve ter sido promovido e fico feliz por ele. Não sei seu nome, mas ele tem cara de Ronaldo. Chamá-lo-ei assim, pois, Ronaldo. Eis que Ronaldo foi o primeiro a me dar parabéns no pior aniversário da minha vida - que foi ano passado - não quero lembrar do episódio, apenas explicar que foram dois dias que fiquei na clínica tomando soro e ouvir algumas palavras de carinho de quem eu menos esperava, foi bem marcante.

Depois de ter sido atendida pela médica, rumei à enfermaria para tomar um composto de buscopan e mais alguns analgésicos. Foi ai que então, fui surpreendida pela gentileza de Roberto, o enfermeiro que me atendeu. Ele viu que eu não estava nada bem e fez de tudo pra me deixar a vontade. Ainda por cima, tomou um super cuidado com as minha veias fraquinhas de menina hipoglicêmica. Ficou uns 15 min aplicando a medicação e eu pude perceber seus olhinhos atentos a toda reação que eu tinha.

Saindo de lá - após implorar a Roberto pra me deixar sair, pois ele estava deveras preocupado por eu estar sozinha - fui caminhando até o ponto de ônibus. No caminho, sem explicação, agachei pra vomitar ali mesmo, na rua. Foi então que veio uma senhorinha muito da fofa e me acudiu, me acompanhou até o ponto, mandou eu ficar com Deus e foi embora.

Entrei no ônibus e meu prendedor cabelístico caiu. Um moço pegou e fez uma brincadeirinha que meu estado de saúde não me deixou perceber se era engraçada ou não. Sentei em um banco, ele sentou ao meu lado e veio me dizendo que eu parecia "aquelas americanas que a gente vê na televisão". Mesmo sabendo que ele deve ter falado aquilo devido aos meus óculos estilo Ray-Ban, e mesmo sem saber "quem são aquelas americanas", foi uma coisa legal de se ouvir. Foi o tipo de coisa que massageia o ego depois de se ter vomitado na rua e sido acudida por uma estranha.

Ah, também tem ela, que veio trabalhar por mim, mas ela sabe bem quem é.

7 comentários:

Bruna disse...

Live together, die alone.

Marshall disse...

hahah, to rindo muito com isso, americana! rs... mas pelo menos ainda existe gente boa nesse mundo né?
bjs

Bruna disse...

Nossa!
As pessoas riem da minha tragédia...Que horror!
Bom, pelo menos alguém se diverte!

Beijo, Marshall!

R. disse...

Tem bondade em todo lugar do mundo, mesmo com essa merda toda que anda tudo. E isso é, humm... Lindo, hehe. Certa vez um cara correu uns 200 metros (sério) pra me dar o resto do troco que ele tinha dado errado e eu bêbado, nem tinha visto.
Aliás, eu tenho que ouvir o mundo e largar a cachaça, hehe.
Bjs e bom carnaval!

Alice Voll disse...

eu tb tenho um ray ban,falsi,as tenho!
sashahsuahushasa
eu gosto de ouvi palavras de carinho de desconhecidos,sei la,soam diferente!
olha,nem me fale dessa historia do 67,isso ta me deixando (n).

.*

Dono do Bar disse...

Uma vez, quando me quebrei todo em um acidente de carro, o médico me disse isso na mesa de operações: "Olha, vou te dar um remédio. Mas tem um detalhe: você vai apagar". Tem gente que na hora da desgraça ainda faz graça!

Abraços.

DB.

Paulo disse...

De quando em vez encontro uma dessas pessoas que fazem uma diferença no meio a tanto descaso. E isso é muito bom! Me ajuda a não perder completo a esperança no ser humano.
E quanto a você? Está melhor?

 
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