terça-feira, novembro 21, 2006

Sobre o que dizem ser ciúmes

terça-feira, novembro 21, 2006
Eu tenho um irmão, sabe? Mais velho. Meu ídolo. Talvez até mais do que Sócrates. Como costumo dizer, ele é meu referencial - mesmo que seja do que não fazer.

Pois bem, meu irmão e eu não podemos dizer que somos dos mais próximos, mas nossa história de vida - intensa que é - nos conecta bastante.

A questão é que: meu querido irmão ao emancipar-se de nossa família, criou amigos por sua conta. Amigos esses que quando conheci, me assustei, pois não eram apenas aquelas pessoas que me eram estranhas, meu próprio consanguíneo era algo totalmente novo para mim.

Enfim, meu estimado irmão sempre exigiu de mim as atitudes mais maduras, os pensamentos mais sensatos, as verdades mais lógicas. Sinto tê-lo sempre decepcionado, mas ainda sim, queridos leitores, eu juro que tentei. Penso, inclusive, que se me tornei essa coisa insuportável que sou, foi em partes, por exigência dele.

Eis que, voltando aos amigos dele, há uma tal que não passa de uma pivete, ridícula, gorda, que não sabe se expressar, fala como uma retardada, parece estar perdendo o ar toda vez que abre a boca, se veste mal pra caramba, não é engraçada tampouco inteligente, faz comunicação na faculdade - que é completamente bancada por papis e mamis - e se diz uma socialista querendo morar em Cuba.

Ora, sabe o que eu tive de ouvir do meu já não tão querido consanguíneo? "Ela é phoda". Não, querido irmão, ela não é phoda. Ela é uma vergonha, a escória. Ela é tudo o que eu sempre tive medo de me tornar - e também que você tinha medo que eu me tornasse.

Entristece-me o fato de eu ter tido sempre que procurar irmãos mais velhos na rua, entre meus amigos - AEIOU - pois o meu nunca estava lá, e agora ele tenha adotado a tal cidadã como irmãnzianha.

A guria fez uma tatoo gigante nas costas e ele a idolatra por isso. Talvez eu devesse tê-lo lembrado que desde os meus 13 anos quero tatuar e desde os 14 eu já sei o desenho, e ao contrário da amiguinha dele, o meu tem significado - não é rebeldia, não é moda. Mas pra ele, foi sempre isso que eu fui: uma rebelde. Ele nunca aprovou meus piercings tampouco minha vontade de fazer tatoos. "Automultilação" era o que ele dizia, "rídiculo", "despropositado".

Temo dizer que meu amado irmão tenha se emancipado para se tornar um hipócrita.

17 comentários:

Aline disse...

oi querida!!!
qt tempo hein?
passei bem rapidinho pra deixar um bjinho

Alice Voll disse...

eu acho que a gente tem q mudar,sim!
como diz um poeta cujo nao mel embro nome:
'só os tolos não mudam de de idéia'
mas tem gente que muda demás,cara!
muda completamente.
aff,isso realmente revolta.

.*

Anônimo disse...

Qual o problema de ter um irmão com gostos diferentes dos nossos...? Diversidade é bom, aliás ótimo. E um bom caminho para entender as pessoas é descordar de uma maneira menos "figadal". No seu texto parece que você prega o seguinte: se alguem não pensa como eu penso (ou gosta de alguém que eu não gosto), não é uma boa pessoa, não tem bons sentimentos (hi.po.cri.si.a - Manifestação de fingidas virtudes, sentimentos bons, devoção religiosa, compaixão). Sinceramente, acho que você está com ciumes do seu irmão...

Carlos Wilker disse...

a-há!
nossos ídolos sempre nos decepcionam; a gente cresce e fica melhor que eles.

Bruna disse...

→Pronto, agora tem anônimo aqui também!

Enfim, Sr(a) Anônimo, não concordo com o que vc escreveu. Em aliás, me parece que vc sequer entendeu o que eu expressei. Mas enfim, sua opinião é sua e continuará sendo.
Quanto à minha inflexibilidade, logo se vê que vc não me conhece - não julgo as pessoas por serem diferentes de mim, julgo-as por serem como são - mas talvez vc nunca entenda o que isso quer dizer.

E parebéns por chegar a conclusão que sinto ciumes do meu irmão! Caso não tenha notado, isso já foi referido no título. Pessoas inteligentes concluíram isso antes.
Leia-o da proxima vez! Título faz parte do texto.

De qualquer maneira, obrigada pela visita!

Anônimo disse...

Oi. Só quiz dizer que você julgou de uma maneira meio hard. Aliás, mal nos "conhecemos" e já recebi as suas opiniões ao meu respeito: não sou inteligente, não entendo frases - e o pior, nem nunca vou entender...

Acho que podemos ter opiniões diferentes e descordar em 101% do que a pessoa faz/fala/acredita/vive. Mas daí para chamar de hipócrita (em negrito) existe uma diferença grande.

Na verdade, adoro os seus textos e sua energia. Mas nesse último vi um paradoxo muito grande no ato de quase humilhar uma pessoa que claramente você ama.

Enfim, só uma opinião expressa em 0 e 1.

Anônimo disse...

"eu prefiro ser,
essa metamorfose ambulante,
do que ter aquela velha opnião formada sobre tudo"
Raulzito!!!

Quem é normal??
Qual a definição de certo ou errado? existe?

Anônimo disse...

oie....sei como é ...pq sou irmã mais velha e nem tudo o que fazemos queremos deixar nossos irmãos fazerem tbmm...ciumes é normal, pq gostamos, mas não se compare com o que ele pensa e sente dessa outra pessoa...pq o amor que existe entre vcs, nunca vai mudar e nem ser +...relaxa...maninha!!!

jan disse...

Gostei do que o Carlos Wilker escreveu. E, completando, acho que todo herói deveria estar morto, assim não nos decepcionamos com suas futuras atitudes - pois sempre terá uma e outra que nos desapontará.
Veja bem, não estou desejando a morte do seu irmão, muito pelo contrário, VIDA LONGA AO JÚNIOR, mas é só um pensamento sobre os heróis.
Heróis mortos têm as ações imortalizadas pelo Tempo e Passado... Não tem jeito deles screw it up!

Quanto ao "anônimo", pq será que sempre sabemos quem é??
E pq será que eles NUNCA mostram a cara?? Medo de mais críticas, será?

Anônimo disse...

Eu não queria me meter nessa pendenga familiar, mas... Bruninha, o que tem de mais a menina ser "gorda"???

Olha o preconceito escapando aí...

Beijos,

do irmão do seu irmão,


Paulo Mancha
(Fundador da "Parada do Orgulho Gordo!" Ha ha ha...)

Bruna disse...

→ Paulinho! Honra ter você aqui.

*Engraçado como sempre tem gente que se ofende quando chamo alguém de gordo. Todavia, não lembro de ver ninguém reclamando quando apontam cor de cabelo ou tamanho de bunda como referência.

*E outra, eu SOU preconceituosa. Assim como TODO ser humano na face da Terra (com exceção talvez de alguns budistas por ai). A diferença é que eu assumo isso. Assumo inclusive, uma quase xenofobia.

*Isso não é pendenga familiar, mas pode se meter mesmo assim. É um espaçao quase aberto...

=**s

Anônimo disse...

Ao medroso Anônimo...
Olha, pra começar, vc interpretou o texto todo errado...
te citando:
"No seu texto parece que você prega o seguinte: se alguem não pensa como eu penso(ou gosta de alguém que eu não gosto), não é uma boa pessoa, não tem bons sentimentos"
definitivamente não... pra começar o texto não crucifica ninguem por não pensar, agir, gostar ou seja la o que for...
Eu acho que esta claramente descrito uma simples revolta (ou ciume, que seja!, chame como quiser) da escritora, em relação ao seu irmão, que cobrava dela atitudes, palavras e pensamentos inteligentes, polidos e cultos, e a repreendia quando suas atitudes eram diferentes destas... Sendo assim, é de se esperar que este irmão tenha uma especial admiração por seus amigos que ajam de forma polida, culta, responsavel... E não mais do que de repente, a escritora (que se esforçou ao máximo para agir da forma q seu amado irmão achava correta, simplesmente para agrada-lo) o vê admirando alguem que age exatamente da forma que era motivo pra ser repreendida...
Tudo bem... sem problemas, afinal não estamos o criticando por ter amigos que ajam de formas direfentes... o que incomoda é ver este irmão glorificar alguem por tomar as mesmas atitudes que outrora, eram motivo para que ele repreendesse sua irmã.
O que esta incomodando é que o que ele chamava de "infantil", vindo dessa amiga, é "meiguinho".
Gestos "bobos", vindo dessa amiga, são "fofos"...
e isso sim, caro anônimo, é HIPOCRISIA
e como vc mesmo disse:
hi.po.cri.si.a - Manifestação de fingidas virtudes, sentimentos bons, devoção religiosa, compaixão.
Não estou criticando o tal irmão... afinal eu só "sei" o lado dela dessa historia... e também até onde eu o conheço, acredito que o cara seja uma pessoa fantástica! mas se foi isso mesmo que ocorreu entre eles, acho que hipócrita não é uma ofensa... simplesmente é a palavra que sua irmã achou que definiria as atitudes dele...

Anônimo disse...

Então, senhor anônimo, espero ter ter te mostrado um outro lado do texto, bem mais proximo da realidade do que o que vc comentou...

Anônimo disse...

Sr. Sa-Sa,
Seus pontos são singelos, mas honestamente não vi um outro lado do texto não, mas vi o seu lado, o que é muito interessante. Só insisto que ter opiniões diferentes em momentos diferentes não é hipocrisia - como o Raul e o Vitinho disseram acima. Mas essa é só a minha opinião.

Anônimo disse...

Pois então eu assumo, Bubu: eu tenho preconceito também! Mas não é contra pretos, gays ou estrangeiros. Meu preconceito é contra uma categoria muito específica de ser humano: as "irmãs-ciumentinhas-que-surtam-sem-mais-nem-menos-ofendendo-o-irmão-e-os-amigos-dele-sobretudo-os-gordos" !!!

Huhuhuhuhuhhu, como diria o Joker...

Bruna disse...

É mesmo, Paulo?!
Que coisa.

Anônimo disse...

Bruninha, é incrivel como somos parecidos, mesmo signo, mesmo jeito de ver as pessoas, mesma história de irmãos distantes, mas ligados por uma história de vida conturbada, acho que eu sou voce de calças. rssss
um beijo

 
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